quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Keep walking

ETERNIDADE PARA QUÊ? PARA QUE...
Ah! O nome eternidade enfeitiça meus olhos e embriaga a minha lucidez porque tudo que temos seja representado por coisas e principalmente por pessoas nos faz querer que seja para sempre, desde que nos dêem o retorno do prazer.
As alegrias, as esperanças, as pessoas, os amores, o dinheiro, queremos que durem, durem, e nos entristecemos se eles nos abandonam, por isso nos angustiamos na ante-sala das perdas.
Desejamos que o amor nunca terminasse, cremos que ele está de costas para o “acabou”, simplesmente porque o queremos infinitamente.
Ora, se o amor faz parte da vida, e sem ela não podemos amar, porque não nos preocupamos com a certeza de que um dia a vida vai acabar? Não amamos a vida e as coisas boas que ela nos oferece? Não sofremos com as perdas, sejam elas quais forem?
Aqui não queremos discutir o que é realmente viver, porque isso é circunstancial, e nivela as expectativas que as pessoas mantêm nas esperanças e na realização dos sonhos, e de como elas quantificam ou qualificam seu modus vivendi.
Agora, sejamos sinceros, não queríamos ter a chance de conhecer nossos trinetos, sobrinhos-bisavós ou ter conhecido nossos ancestrais? Claro que sim! E tudo isso não acontece porque o tempo não nos dá tempo, pois fatalmente, morremos.
Como sair dessa deixando tantos planos inacabados, tantos encontros sem possibilidades de se realizar, tantas invenções que historicamente serão construídas, tantas descobertas que serão feitas e nem estaremos aqui para desfrutar, como os que já se foram sem saber que a ciência da informática iria possibilitar a informação rápida e as viagens sem passagem ticketada.
Repito é uma pena , que a solução de continuidade da vida consiga decepar, sem nossa permissão tantos sonhos, possibilidades e desejos.
A propósito, a natureza optou por esse desfecho e certamente, se houvesse trilhado outra vertente, teria achado a solução para conservar as células e elas não envelheceriam, obviamente, não perderíamos a vitalidade.
Por isso, faço amigos, conservo amores, brinco com as tintas e as palavras, e brindo la vie com Johnnie Walker, buscando então a imortalidade, pois sei ainda não há outras formas de me eternizar.

Créditos de Imagens: Google Imagens e Lígia Beuttenmüller
Texto: Lígia Buttenmüller

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

SEI LÁ...

SEI LÁ...
Li e reli o texto "Poéticos dias de Sol" no Blog -A beleza está nos olhos de quem vê- que é de uma amiga (LIZA) que reside atualmente na Austrália, e fiz uma reflexão profunda sobre as perdas e ganhos que permeiam a nossa existência. Mas a vida é assim para todos nós, no entanto alguns por serem talvez mal observadores não percebam essa dualidade, nem lastimam o prejuízo. A natureza é quase perfeita quando nos dá o dia, mas nos rouba a noite; chegamos à vida adulta, mas perdemos a infância e a adolescência, mesmo que permaneçamos crianças por dentro. Quando conquistamos a liberdade, deixamos de ser “controlados” por quem em algumas vezes (errôneamente?)quer nos dar a certeza da solidez dos laços afetivos. A morte é a única asneira da natureza, pois fazer uma máquina tão perfeita que identifica cheiros, metaboliza alimentos, vive energeticamente ligada a água, ao sol, ao ar e a terra, tem emoções espetaculares e horrendas, mas se desmantela e se desintegra , acaba, morre , por causa de uma simples topada,
ou uma gripe mal curada, não é justo, nem nunca será!!!
Não é justo que a vida nos permita criar laços com pessoas e coisas e tudo se desate e o que é mais impressionante, sem prévia consulta ou informação.
Sinceramente, se ela, a natureza houvesse me pedido opinião e aceitasse a minha argumentação, (egoisticamente, penso) seríamos todos que já nascemos um renovar biológico sem fechamento do ciclo vital.
Que campeonato é esse que ninguém sabe aonde e como vai ser o jogo que vai decidir a permanência ou a expulsão? Pô não dá para ficar empate? Ninguém nasce ninguém morre. Partir pra quê? Aqui é o meu lugar, e não quero jamais trocar esse mundinho/ mundão, - cruel às vezes- por nenhum manjar que eu não conheça a receita. As delícias do porvir me encantam, mas não me seduzem.
Eu quero estar aqui, de verdade, comendo Peru da Sadia ou de outra qualquer marca, não só no Natal, mas quando a lembrança dele me salivar a boca.
P.S. Será que lá tem Peru assado, ou só tem forno no Inferno?

Créditos Texto e imagem : Lígia Beuttenmüller
Direitos Autorais Reservados

domingo, 25 de janeiro de 2009

Nossa sombra é igual a nossa altura (TALES DE MILETO)

USA-United States of America -
USE para a PAZ !!!

Não sei com iniciar a falar sobre a esperança de um povo. Os sonhos e desejos pessoais são mais fáceis de exprimir.
Porém creio na esperança, e nas vestimentas que ela usa para permanecer na alma das pessoas. Abençôo antecipadamente àqueles que historicamente puderam fazer uso do poder político para abrandar guerras e suscitar a paz. Acredito que estes privilegiados souberam aproveitar o poder imposto pelo voto popular, ( na democracia ) fazer –se uma extensão do desejo de concretizar a vontade do estado de felicidade- por ter uma casa, um emprego, e experimentado os cálices de mel.
Muitos pesquisadores e autores tentam explicar o poder do poder. Eu, na minha visão ínfima, costumo analisar friamente as celebridades, no contexto político, artístico, ou econômico e vejo quantos, (e são muitos) , que cegos pelo poder, pela fama e pelo dinheiro , vendem a alma (não sei a quem- até aonde a minha compreensão chega, o diabo não tem banco como o Vaticano- daí fica difícil comprar alma sem dinheiro. Gastar é fácil – amigos às vezes pagam.
Admiro os que conseguem comandar, países, fiéis, e investidores, porém agora, me atento aos estadistas, e a sua descendência política. Sob o meu olhar, vejo o quanto ( muitos) são insensíveis ao voto popular, que na democracia nada mais é que transferir a possibilidade de decidir. E decidir pela melhoria da maioria a quaisquer níveis em que se encontrem os cidadãos.
Escrevo sobre a eleição do mais novo representante do povo, Barack Obama, que tem um nome estimulante, pois começa(em português) com um OBA- sinônimo de coisa boa, e termina com a sílaba MA, que pode iniciar qualquer outra palavra , mas que certamente nos remete inicialmente a primeira ou segunda palavra que a gente diz quando aprende a falar ( mamãe- abrigo).
As atitudes falam do que o coração está cheio, e considerando a música um alívio /inquietude para a alma, soube que ele convidou Areta Franklin para adornar sua posse, e nessa atitude vejo a concretização de valorizar a sua etnia, coisa que o brasileiro Pelé, não soube (sabe) fazer, mesmo tendo tanto tempo de reinado ( Obama , apenas dias).
Pelé é mais músculo que cérebro e coração, mesmo que a natureza tenha tentado lhe ensinar geograficamente – ele nasceu em Três corações- ele não percebe essa elasticidade, que pena!!! Então a Biologia com a reprodução insistiu em dar-lhe gêmeos, para ensinar-lhe novamente a elastecer o coração, mas não tem jeito, ele será apenas um erro histórico, que nem Xuxa, nem eu, nem ninguém consegue explicar.
Voltando a Obama, eu me irmano aos americanos, não tão somente dos EUA, mas a todos das Américas, e acredito e almejo que as esperanças não vão ficar apenas no nível da utopia. Confio que ele saiba usar o poder político para dar ao povo a certeza de que votou no “cara” que tem a cara dos movidos pelo reconhecimento de que a estrada é longa, e difícil, mas que o poder não é um controle remoto e sim a possibilidade de decidir por e para todos, naturalmente para o bem de todos e infinitivamente para a paz interior e do mundo.

Créditos do texto -Lígia Beuttenm¨ller

Imagem - Google Imagens


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Namaskar


Namaskar
Sempre vou ao meu Blog, e procuro com ansiedade o que comentam sobre o que escrevo. Encontro comentários, que lógico , afagam a minha alma, e percebo pelo contador de visitas quantas pessoas me honraram com sua visita, no entanto alguém inusitadamente posta comentários com o codinome Anônimo,( me dá saudades do Cazuza) o que instiga a minha curiosidade. Quero nesse texto agradecer a todas as pessoas que tecem palavras tão incentivadoras às minhas "loucuras literárias", e hoje em especial ao Anônimo.
Pego carona na estréia dos Caminhos da Índia, então insiro a imagem retirada do Google que representa "A divindade em mim sauda e reconhece a divindade em ti" , para ilustar o meu agradecimento ao comentário feito no texto "Flora? Flora é uma Fauna- os animais que me perdoem" quando ele se desculpa por elogiar tantas vezes o que eu escrevo, e como resposta publico essa homenagem:
Olá Anônimo, você sabe, sabe sim, que o aplauso está para a arte como o oxigênio para a vida. Portanto só tenho a agradecer toda ternura que você passa ao comentar o que lê. Fico extasiada com seus elogios. Sei que outras pessoas leem (não tem mais acento, não é?) - mas por não saberem como adicionar o comentário, ( a janela do comentário é um pouco complicada) deixam de faze-lo, ou não gostam de expressar seus (des) contentamentos. Enquanto isso, você me presenteia sempre quando externa a sua sensibilidade ao meu "banho de linguagem".
As pinturas eu as faço com um programa da Pixarra, e estão fazendo parte de um projeto posterior , que será uma coleção de cartões com imagem e textos. Tanto nas letras como nos pinceis sou autodidata. Esse ano decidi fazer Jornalismo , e me sentir à vontade e com mais propriedade para expor os meus pensamentos.
Quanto à "perfeição" tento e busco-a todos os dias, quem sabe consigo a imortalidade, mas não gostaria de ser única nessa conquista. Não morrer seria perpetuar-me e não me contentaria estar sozinha nessa condição.Gostaria que esse desejo não se cristalizasse na utopia, e que eu e muitos conseguissemos derrotar a morte como Sabin o fez com a Poliomielite.Para tanto, se me perguntassem quais animais eu admiro, eu diria que a tartaruga me encanta , pela sua longevidade, o que me daria mais tempo para driblar a morte, e os pássaros por sua possibilidade de voar, o que me levaria fisicamente aonde o meu coração me instigasse.Mas acho que tartaruga tem uma carapaça muito dura para acoplar asas e aprender a voar com tal carenagem é ofício para Richard Bach. No entanto, compreendo que asas não são propriedades da GOL e da TAM, eu assevero românticamente que "Longe é um lugar que não existe", portanto, sair daqui e estar lá, é uma questão de sobrevivência da alma.
Bom, os sonhos nos fazem etéreos e sutis, a arte nos imortaliza, a música embevece nossa vida, porém os Anônimos e os Indentificados garantem a nossa persistência.
Um abraço afetuoso, SEMPRE!
Grata mais uma vez.
Texto: Lígia Beuttenmüller
Imagem: Google Imagens
Direitos Autorais Reservados

domingo, 18 de janeiro de 2009

A FLORA? A FLORA ERA UMA FAUNA!!!- Que me perdoem os animais.

A FLORA? A FLORA ERA UMA FAUNA!!!- Que me perdoem os animais.
O Brasil parou para ver o final de A FAVORITA. E o sucesso da novela se deu a meu ver, pela trama sórdida que emaranhou os capítulos do início até ao fim da novela favorita dos brasileiros.
Ouço comentários de que a televisão é uma ótima incentivadora dos maus costumes, no entanto, vejo a família achar que o melhor entretenimento para os filhos, é a TV, principalmente quando chegam visitas. E nunca conversa com eles, sobre os comportamentos dos personagens, isso porque não a interessa discutir com os filhos o que a arte copia da vida.
Tivemos na obra de João Emanuel Carneiro a oportunidade de rever e refletir valores morais, conceitos e desfechos. Lógico que alguns , como o do político regenerado, não ultrapassa a ficção, como também a reversão inusitada da sexualidade do Orlandinho, foi apenas um equívoco, porque ele não era essencialmente homossexual, era um Bissexual, e se deu bem chupando frutas dos dois pomares, portanto não se tornou um ex-gay, simplesmente esolheu um dos lados do muro. Céu, era realmente o paraíso, saiu do anonimato tão peculiar aos pobres, para adentrar numa família burguesa, e ter um filho como promissória a descontar posteriormente na pensão alimentícia, que qualquer um que fosse o pai, teria que assumir , pois é a única lei que funciona no país!
Danatella, foi realmente a dona da telinha global, festejou com esse papel seus 25 anos de carreira artística, aprisionou os corações da massa, pois era a coitadinha sacaneada quase que por todos, mas venceu a FLORA /FAUNA, que tinha mais instinto de bicho do que rastro de perfume de flor.
Não ficou claro se o pai (Léo) era o avô/pai, ou era o molestador da filha, mas para ele restou a pena de entregar cestas básicas à população desassistida da pequena cidade cujo prefeito estava mais preocupado em polir as “pontas” que cuidar da população. Mata-se a fome de alguns, para empanar a destruição emocional de muitos.
Dois fatos chamaram mais profundamente minha atenção: A lição subliminar do posicionamento moral que o autor dá através de Lara, que mesmo sabendo ser filha natural de Flora, tem a coragem de atirar na própria mãe, cujas atitudes criminosas, são tão naturais para os tresloucados, apostando sempre num " gran finale" para as suas atrocidades porque sabem da impunidade que permeia a justiça brasileira .
No bloco final, nos deparamos com duas buscas ao encontro da felicidade quando Lara resolve procurar Halley o cometa da paixão e do amor que habitava o seu coração pois o desorientado Cassiano não teria uma morada confortável nesse lugar .
E como a Globo mesmo na ficção, teme desagradar a gregos e baianos, empanou a decisão de Catarina dançar com a Stela um Tango “caliente”, mas deixou claro que é melhor uma viagem para o desconhecido e o não experimentado, do que ser mais uma amada , que não ama.
Certamente que os primeiros capítulos dos Caminhos das Índias nos levarão a algum lugar, talvez, como folhas soltas ao vento em busca de novas especiarias!
De tudo, fica a música Um beijinho doce, que nos faz lembrar de alguém que se nos deixou mordendo os lábios... Valeu pelo Beijo!
Texto e imagem :Lígia Beuttenmuller
Direitos Autorais Reservados