domingo, 10 de maio de 2009

O IMPOSSÍVEL ( POSSÍVEL)


Porque buscamos o que está longe? Mesmo sabendo que é impossível trazer, buscar, içar, o que por alguns momentos, instantes, ou pela eternidade estará tão inacessível?
Não há entendimento racional quando a emoção toma conta do pedaço, isso é verdade sim!
Buscamos preencher aonde não há espaço desocupado, compramos bilhete de uma peça que já esgotou a entrada, queremos ver o filme que ainda não foi lançado, pensamos ser donos do que não está à venda nem hipotecado.
Giramos nessa doideira existencial querendo fazer parte da parte de alguém, assim, procuramos capitanias, e sem sermos herdeiros descendentes queremos tomar posse. Sentimos-nos descendentes dos vinhais, e nem cultivamos as parreiras.
Embriagamos-nos de toda e qualquer possibilidade de abraçar quem nem braços tem, para recepcionar nossa alegria.
Ficamos sós, tão sós, e nem percebemos a multidão que nos cerca, porque nela não há a pessoa que elegemos numa particularidade especial, que é aquela que não precisamos buscar, nem ser encontrados, ela apenas surge e a gente reconhece e por ela somos reconhecidos!
Inebriados pelo desejo, o sonho e a paixão não conseguimos vislumbrar que o possível em algumas situações é momentaneamente impossível, e que metaforicamente o impossível, é simplesmente sempre possível.
Texto: Lígia Beuttenmüller
Imagem: Gloogle Imagens