sexta-feira, 16 de julho de 2010

NOVO SOL, NOVA LUA


Já era tempo de alongar os braços e aconchegar outros amores, ouvir o som dos pássaros, e torná-los cúmplices no novo vôo. Encurtar a distância entre o juízo e o coração, permitir que a emoção enlaçasse a razão e que as duas pudessem conviver viver harmônica, e simbioticamente, para determinar a paz interior.
Nesses passeios, conseguir visitar esquinas entranhas e conhecidas, mas sem vê-las com o olhar do passado ou perscrutando o futuro.
Deixar que ele venha em seu tempo sem instigá-lo a correr para o presente, como se ele viesse adornado de uma bola de cristal na mesa, na cama, para prever acidentes emocionais ou lhe ajudar a precaver-se deles.
É bom estar assim, e entrar com a cabeça tão vazia como um estádio de futebol sem jogo num domingo de sol.
E assim, não pensar no finito avassalador, que destrói qualquer possibilidade de serenidade e sem se jogar no precipício das inquietações de quem não começa por medo de que um dia o fim chegará para fechar o ciclo de tudo que vive, inclusive do amor doido e doído.
Indescritível é a sensação de poder, não por controle remoto, mas pela certeza de ter conseguido a capacidade de mudar e por se permitir a outras escolhas numa intimidade fidelíssima, e inevitável, com o seu amor próprio, mantido agora, pela destreza adquirida para romper portas e janelas , mares e terras em busca do que chegaria como um presente entregue a cada novo sol, a cada nova lua, para celebrar inexoravelmente a vida.

Créditos de Texto e Imagem
Lígia Beuttenmüller

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu sou o sol e vc a lua, ou eu a lua e vc o sol? rsrsrs. Beijos.