quarta-feira, 25 de agosto de 2010

QUANDO VOU DORMIR


Relembro tua chegada em meu coração ... trazias a roupa molhada de pingos de chuva, e antagonicamente raios de sol resplandeciam em teus cabelos surpreendendo-me como se isso não fosse possível.
Mas logo me convenço, porque vejo que tua imagem reflete a luz de cada amanhecer como o dia nascendo pela primeira vez, é como um espelho encantado que é capaz de dar vida às ilusões.
Então penso que você me abraça, e ouve o meu coração, rendido, e entregue, alagado de paixão, afogado de esperança, seguindo o amor achado por acaso na passagem pelo mundo.

Recordo teus olhos como luzeiros que iluminam cais e porto, navio e canoa, estrada e vereda, como se fossem faróis de gás xenônio, que emanam uma luz azul esverdeada, translúcida como raios de luar, para confundir minhas noites e meus dias.
Depois de me encandear com teu resplendor, vou tateando as paredes da saudade, esbarro na tua ausência e me pergunto onde está você, mesmo sabendo que não sei responder a todas as perguntas do mundo, pois a tua ausência é infinitamente, a tua ausência.

TEXTO E IMAGEM: LÍGIA BEUTTENMÜLLER

Um comentário:

Anônimo disse...

Ausência, é ausência. E só a presença consegue acalmar a angústia