segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O VOO DA ÁGUIA PERDIGUEIRA



O mundo é redondo e  gira, já dizia Galileu, então as reviravoltas da vida, nesse giro nos tiram às vezes, o chão e o ar. Arremessam-nos a ruas, estradas , lagos, rios , e mar. Talvez, não nos levem, a gente é quem insiste em se lançar. E copiando o universo, circulamos, sempre à expectativa, especulando, espreitando os entornos , procurando brechas , acreditando que não haverá rachaduras no luto, aí vamos indo e voltando como rosas ao vento ou rodas vivas. Os projetos já aceitos e peneirados nas licitações emocionais transformam-se em esperanças concluídas. Dessa maneira acreditamos que antes da Copa de 2014, estejamos comemorando outras vitórias, daquelas que não precisam de estádios nem público, num  cantinho, com seis faces, sem contar as nossas, é claro. Talvez sejam apenas planos tão planos que não requeiram nenhum esforço para subir a colina e constatar o que um visionário teria a certeza de ter visto, pois percebeu, oniricamente, que não há necessidade de voar. Vivo sem pressa, a vida vai do jeito que vai, e eu sigo tranquila.

Texto e Imagem : Lígia Beuttenmüller

domingo, 30 de outubro de 2011

NAS PERDAS, OS GANHOS.



















Perco-me como todo viajante, os modernos usam  GPS, mas nessas questões, o instrumento não tem serventia , por isso,  fica mais difícil situar-me. Esbarro em esquinas, becos e ruas. Desnorteio-me, porque sei a falta que sinto de um sorriso, uma lembrança que possa me dizer: é por aqui, ou por ali. Não creio que eu possa sozinha encontrar o rumo de te encontrar. Um caminho para qualquer lugar é possível, não há necessidade de bússola. Mas quando se quer ir ao encontro do que se deseja , precisa-se de sinalização, referência. É assim. Portanto e, sobretudo, me indique o mapa;  trace , teça o caminho, o ponto, a marca, e, certamente chego ao teu coração, num dia qualquer. 


TEXTO E IMAGEM : LÍGIA BEUTTENMÜLLER