A DOR QUE DÓI – dói por ser inexoravelmente solitária!
Todo sentimento tem parceria, você ama, gosta, odeia , sente saudade de alguém ou de alguma coisa e assim, constata que quase todas as emoções estão ligadas a uma outra pessoa ou a algum objeto, portanto tem parceria para se justificar inclusive poeticamente – Carlos Drummond de Andrade escreveu que “a dor é inevitável, o sofrimento é opcional-. Concordo, em parte, lógico, porque se não houvesse gente para discordar, o mundo seria tão insípido, que ninguém sofreria de “pressão arterial alta”, e o outro extremo, de tão doce levaria a “diabetes coletiva” e nesses parâmetros continuaríamos tão doces ou salgados que nem glicídios nem sódio iriam resolver nossas amarguras; mas a salvação poderia surgir num toque mágico da culinária: viraríamos “cocadinhas de sal” .
Bom, tento nessa abordagem fazer valer meu conceito de que todos os sentimentos estão direcionados a alguém ou a alguma coisa, no entanto a dor ao invés de ter parceria, é o único sentimento solitário em mim e em qualquer pessoa consciente da sua individualidade, pois a minha dor é minha , ocasionada por alguém ou por alguma coisa, mas persisto em dizer num egoísmo emocional , que ela é só minha, pois mesmo que alguém tente minimiza-la, somente eu estou a senti-la, e aí nesse aspecto concordo com o grande poeta, o sofrimento causado por qualquer dor, permanece à medida que eu permito. Mas como não permitir? Certamente o tempo me fará rir desse choro, quando outras dores ou outros amores me fizeram crer : por esta mais não, basta!!!.
Como posso evitar que a minha verdade, hoje, seja negada simplesmente pelo fato de não saber aonde esconder essa dor? Mascarar dói, dói tanto quanto expor.
Meu único consolo é acreditar que “ a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”, bendito sejas, DRUMMOND.
Admito e reitero que a dor pode vir de alguém ou de alguma coisa, no entanto só eu posso senti-la em sua dimensão maior, numa solidão ( in)explicável; a resposta? Ora, está na própria dor. UFA!!!!
quinta-feira, 12 de outubro de 2006
terça-feira, 10 de outubro de 2006
"KREMLIN"
-Djavan inicia a música TOPÁZIO com esta palavra -
Kremlin, Berlim
Só pra te ver
E poder rir
Luzes, jasmim
Meu coração, vaso quebrado
Ilusão, fugir
Da fronteira de topázio e lã
Vou até rubi
Sedução
Poder sonhar
Estupidez
Você arrasa
E me arrasou
Só pra anoitecer
O que é escuro
Ninguém me beijou
Mais puro
Tô lembrando de você
Uma vez...Kremlin, Berlim
Pra não dizer Telaviv
Ilusão
Fugir de mim.
Há tempos ouvi, hoje senti.
Como é interessante escutar a mesma música e nela perceber que luvas não servem somente para as mãos, existem outras que servem tão bem - também- para a alma quando ela está desnuda.As circuntâncias visuais me fizeram vesti-las para tornar-me "KREMLIN".
Reconheci, forçadamente, é claro, que existe uma linha tênue que separa a ilusão, da fuga.
Ainda bem que a ruptura aconteceu, senão eu teria que continuar a ser um equilibrista num circo -círculo- sem espetáculo; treinando infinitamente . Seria então, meu destino cambalear a cada amanhecer e esperar, ciclicamente, que a noite chegasse para manter-me numa corda bamba, precisamente bamba? Notei de lá , que se ainda por instinto de sobrevivência, eu tentasse, descer ao chão certamente correria o risco de pisar em terreno minado -TELAVIV- o que fatalmente deixaria a minha alma em pedaços.
E isso seria irremediável !!!
Como na música, só meu coração despedaçou, mas a minha alma voa livre agora, não em busca de ALMA GÊMEA, mas de uma outra alma tão inteira quanto a minha. E ainda que eu tenha que colar os pedaços do meu coração, que eu olhe, simples e fortemente para um outro coração que estando também (ou não) em frangalhos, tenha como eu a ALMA INTACTA.
1- Em tempo, Kremlin é uma palavra russa que significa FORTALEZA, e que a força seja tão valente como a dor no amor!!!
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