sábado, 31 de março de 2007


MÁSCARAS
Acredito que as máscaras foram inventadas para esconder verdades, por isso funcionam melhor no cotidiano do que em dias de momo, até porque carnaval dura somente 04 dias.
Quantas vezes e há quanto tempo nos apropriamos delas para o grande disfarce?
Como é bom, ( será ?), viver por trás delas sem deixar que o espetáculo da vida se apresente em plena cena aberta? Até quando elas nos serão úteis?
Já nos perguntamos se não estamos perdendo tempo ( este, é irrecuperável) pelo fato de preferirmos viver nossas mentiras íntimas a bem das verdades que não conseguimos contar nem para nós mesmos?
Pode até ser mais fácil, mais cômodo, viver assim, mas quantas oportunidades se perdem, porque não conseguimos encarar a nós mesmos?
Nunca é tarde, penso agora, num fórum íntimo, para desvendarmos o que se passa cá dentro de nós.
Pior, certamente, é perceber que de tanto usar máscaras, nos perdemos de nós mesmos. No final de tudo é que vamos nos dar conta que ao retirarmos , forçosamente , a última máscara, estaremos numa situação irreversível: a vida passou por nós e o que nos resta é o RESTO dela, envelhecida, carcomida pelas lembranças e perdida nos desejos que nunca foram plenamente realizados; é quando o TEMPO - senhor de todas coisas - nos diz , impiedosamente : ADEUS!!!!!

quinta-feira, 29 de março de 2007

FENIXIZAR

Estive dando uma voltas por fora, como um atleta que saiu do jogo porque descobriu que era melhor rodopiar nas voltas que o mundo dá, do que continuar acreditando que podia girar o mundo.

Me permiti viajar , sem rumo geográfico e sem tempo, mas levando comigo, um incrível escudeiro cibernético – o Notebook.

Entrava e saía da Net. A meu "bel prazer" fiz minha primeira incursão LIBERTÁRIA. Atemporalmente lia notícias, abria meus e-mails, me aterrorizava com notícias de violência e de corrupção, mas precisava urgentemente resgatar os meus sonhos, dar alento aos meus desejos, certamente por ter saído “da terra do nunca” ( morei lá 01 ano e 02 meses ), onde nada se equilibrava, a não ser nos primeiros dias de cada mês, como prenúncio enganoso, de que tudo “daria certo” a partir dali.

Necessitava essencialmente, respirar ar mais puro, MENOS DENSO, me reencontrar, me FENIXIZAR.

Ah! Esqueci de citar um local importante, que segundo as estatísticas, “todo mundo” entra lá. Fazia tempo que não me aventurava a abrir essa porta , acreditava não ter motivos.

Como sempre, ao se adentrar numa sala de bate-papo, há um jargão com duas perguntas extremamente convencionais nesse tipo de conversa: TC DE ONDE?; QUAL A SUA IDADE?.
De repente surgiu alguém que , não fugiu à regra e perguntou a minha idade; eu, orgulhosa do meu meio século, respondo que tenho duzentos anos para amar e ser feliz, porque me considero uma tartaruga e creio que algum dia serei resgatada pelo Projeto TAMAR , receber um chip na minha carapaça , morar em Noronha e ter meu casco acariciado por turistas.
Não sei se a resposta foi convincente, só declaro, que mudamos de ambiente, marcamos encontro numa sala mais aconchegante e menos coletiva - a do MSN.

Conversamos por aproximadamente 05 horas, nos descobrindo....

Fomos dos sonhos às frustrações, da coragem aos medos, das possibilidades aos obstáculos, das saudades às ausências, das músicas aos textos. Nos encontramos e nos encantamos. Incrivelmente, temos conseguido diariamente manter a temperatura da sala, para estabilizar o destempero emocional, que essa paixão cognominada por nós como “chuva de verão”, nos tem acometido.

Sabemos que podemos ser essa chuva , pela distância, pelos nossos impedimentos, mas estamos vivendo esse sentimento no compasso do nosso coração. Às vezes , numa taquicardia sem fim, vislumbro qualquer sinal da sua presença virtual, ou o meu pensamento acha que está encontrando o seu nas minhas ondas neurais. Mesmo sabendo que estamos na fase do deslumbramento, da conquista, e da sedução.

Quando a certeza do encontro se concretiza... haja Tsunami , (na mesma intensidade do maremoto ocorrido na Ásia) porque essa sensação devasta meus alicerces, inunda a minha alma e afoga meu coração.

Sei que é inexplicável para muitos , mas digo no livro que estou escrevendo, que não há instrumento para medir o amor, mas a gente sabe o quanto ele é "grande" e essa grandeza reside exatamente quando comparamos e notamos a diferença de outros amores já vividos.

E quanto mais áridos, saímos da última relação, mas ávidos estamos para recomeçar, e mais crédulos ficamos na certeza que o passado se foi, e é hora de viver o presente , este, que nos deixa embasbacados , encantados, por descobrir a capacidade que temos de "FENIXIZAR" : ressurgir das cinzas, noutra possibilidade de ser feliz.

Esse mérito devo àquela “viagem” quando abri uma porta que esqueci de fechar - SALA VIP UOL - além de uma outra porta mais especial ainda , que é a do meu coração, possibilitando que você entrasse.

"Quero amar você de todas as maneiras que eu puder " ( Gonzaguinha= Mamão com mel.)

Voltei ao meu auto-didatismo, na escrita e nos pincéis; pintei estilizando, uma flor - de - lótus e uma mulher , denominei a tela = Contemplação.

Agora embriago a minha lucidez, entre os três: A FLOR, A MULHER E VOCÊ.

Pintura: Contemplação - Lígia Beuttenmüller

Texto : FENIXIZAR - Lígia Beuttenmüller

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