terça-feira, 30 de dezembro de 2008

PACTE AVEC LA BELLE VIE


PACTE AVEC LA BELLE VIE


Mais
um ano
se finda
e para aonde irão os faróis
que iluminaram nossos caminhos,
quando mudarmos de estrada?
Aonde se esconderão as pessoas
que um dia fizeram parte do nosso cenário
e por trocarmos de cena elas saíram do palco?
Onde estarão nossos amores que se hospedaram em nosso coração no ano que passou? Como reencontrar os sonhos acalentados e que não conseguimos realizá-los?
Como recuperar a oportunidade que passou à nossa frente e não a reconhecemos? Quais os planos que havíamos determinado e não conseguimos realizá-los? Em qual parte do percurso eles se perderam de nós ou fomos nós que nos perdemos deles?
Por onde andarão essas lembranças, vão povoar apenas o passado?
Naturalmente que os descaminhos nos desviaram do instante para nos embrenharmos na busca do que muitas vezes nem sabíamos identificar, por isso...
Crave seus sonhos
Na pedra, no chão
No papel, no cérebro
Aposte no tempo
No vento
No sol, na chuva
Desafie a memória
Drible o esquecimento
E tente mudanças de rota,
Escolha caminhos, atalhos, e rios
Pise mais forte, ou
Crie asas, e voe
Contorne...
Enfrente...
Mas não perca o ponto que certamente
Estará sendo seu norte ou sul
O Novo Ano virá
Que seja bem-vindo!
Sele com ele o seu compromisso com a vida
A melhor vida que você
queira ter.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

ELA E A NAMORADA

E sem parafrasear Carlinhos Brown ao menos no tempo verbal, elas estavam no passado, numa casa com quintal e jardim, colhiam flores e frutos, e semeavam os dois. Tudo era paraiso , nele elas voavam, caminhavam, plantavam , colhiam, sonhavam , e viviam...
Viviam, toda intensidade que só os apaixonados reconhecem, e aproveitam. Sabiam a pressa que o tempo instiga aos que usam relógio e não paravam de contar os dias e as horas. Mesmo que nadassem no seco, flutuavam em nuvens com os pés no chão.
Se enfeitavam de promessas mútuas, o nunca que era advérbio para expressar o perpétuo, passava a ser verbo ( ser, estar, ficar, permanecer,) fantasiado do jamais, pois etimologicamente um advérbio raramente modifica um substantivo. E por saber que ele ( o advérbio) pertence a classe gramatical onde a palavra indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal, elas maestralmente flexionavam o nunca , simbioticamente agregado ao acaso que só a certeza tem para a verdade do agora. Acreditavam que o NUNCA era a pedra fortalecida pela paixão e adornada pelo amor.Teciam a rede da existência amorosa como aranhas, para aprisionar o sentimento, envolvê-lo de tal forma que as loucuras eram apenas a lucidez do desejo, não tão somente carnal, porque extrapolavam o corpo, o espírito , a alma e a maledicência dos que não sabiam respeitar os diferentes.Mesmo envoltas em sonhos, viajavam também de verdade, com malas, cuias e passaporte. Iam a todos os recantos aonde os dólares, euros e reais as conduziam, a bússola orientada pelos sonhos, as levava às praias, aos oceanos, aos montes e planícies. Quando as circunstâncias as separavam por motivo de dor ou trabalho, pactuavam os caprichos, nada seria mais importante que reconhecer que não eram pedaços, mesmo estando espacialmente separadas, eram completude pois não necessitavam parecer fragmentos para se completarem. Eram inteiras, tão compactas em si próprias, que quando o amor acabou, a separação as deixou intactas , para que um dia, alguém pudesse ver que não estaria recolhendo pedaços, e sim uma pessoa que preferiu sorrir e chorar sozinha, por reconhecer que aquele amor encontrou uma porta para sair, pois havia perdido a chave da permanência.
É assim que os amores se vão! Sem pecado, sem culpa e sem remorso. Estão SEM à procura do COM, mesmo que tenham que acrescentar um " ponto" e um "br" para novamente sentirem-se donos, proprietários, ou inquilinos da FELICIDADE.


Imagem e texto de Lígia Beuttenmüller


Direitos reservados

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

LENÇO YES

Mensagem a um AMOR VENCIDO com síndrome de VENCEDOR

Antes, bem antes , vivia se apaixonando, bastava um afago, um olhar mais penetrante e ela derretia o “gelo” que envolvia seu coração, mas de tanto expor-se ingenuamente foi se desencantando, precavendo-se e amarrando-se em si mesma, não dava trégua a qualquer possibilidade de invasão. Achava que era preciso “selecionar” para não sofrer. Pensava que restringindo as entradas, impedia as saídas. Num descuido qualquer, sabe, naqueles dias/horas de fragilidade , abriu as portas, as janelas , e as entranhas. Sentia-se desamada portanto, desarmada . Nessas condições estava favorável aos ataques de leões ou cordeiros mesmo assim, pensou que poderia encontrar paragens, oásis , ai, arriscou sem pestanejar, sem titubear, sem tremer nem estremecer, havia chegado a hora de sair da toca. Abriu a passarela, deu vazão aos sonhos e desejos, entregou-se por noites, dias, pelo simples crédito de um agora com gosto de p’ra sempre. Experimentou nas cinco estações ( incluiu as da rádio) e nos seis sentidos (incluiu o prazer), o céu e o inferno de um amor desvairado.
Flutuava da rede para a cama, da sala para a varanda, espaços estritos e restritos demarcados nos seus recônditos internos. Era parceira e espectadora fiel do mar e rio, do céu e estrelas, do vento e chuva. Permitia a si própria experimentar o deleite dessa turbulência calma, que abrangia totalmente seus extremos. A cada encontro com o amor, parecia que a avenida alongava um caminho sem fim, nele, apenas identificava o horizonte, e quando ficava próxima dele, notava que a estrada se alongava ainda mais. Tomava essa visão como uma promessa de eternidade. Acreditava piamente, porque tudo se revestia com a carapaça do real, e ela, CRÉDULA OU LOUCA, incrustava a cada prazer um jorrar de pérolas em seu tapete de chão... Quando chovia era gostoso por causa do aconchego do frio. Quando fazia calor, se encantava com o topor de sentir-se “quente”, “viva”. Quando ouvia música, via confetes caírem do teto como num eterno carnaval. Estava e vivia um nirvana e só percebeu que toda essa emoção era solitariamente particular, quando chorou de saudade, de tristeza, e apenas o vento, só ele enxugou suas lágrimas.
E numa situação assim, tão sordidamente solitária , ela precisava apenas de uma caixa de lenços YES.
by Lígia Beuttenüller - Direitos Reservados
Crédito de imagem: Marta Dietz Beuttenmüller- Inverno em Bellinzona - Suécia ( Switzerlan)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

GÊNERO X CLASSE



Estive lendo no Blog do ator global José de Abreu, o pedido que ele faz a Luana Piovani para retitar a queixa sobre a agressão sofrida, argumentando textualmente: "Festa de estréia, depois de uns champanhes, numa casa noturna classe A da capital do Rio de Janeiro é bem diferente de porradas diárias de um troglodita bêbado que bate na mulher num barraco no interior do Piauí - com todo respeito ao estado nordestino" .
E como sempre não consigo digerir o que o meu palato cerebral identifica como não deglutável. Extraio o comentário que fiz no blog dele , para publicá-lo aqui:
Não sei se fico indignada ou abismada pelo que lí no seu depoimento, acho que foi escrito por algum personagem que o sr. interpretou ao longo de sua carreira. Não acredito que sua leitura do fato revelasse seu preconceito regional.
Ora, vivemos num mundo permeado de violência, que está nas casas , nas ruas, e também nas boates, não pelo fato espacial, mas porque nesses locais há pessoas. Pessoas sem domínio da ira e da fúria, sem o bom caráter, que limite suas ações. Estamos sitiados. Ainda vem uma figura pública, classificar a violência em cosmopolita e nordestina. Porradas meu caro, independem de local (casebre ou palácio) de bebida (cachaça ou champagne), pois não são demarcadas por terrítório, dosagem etílica, sexismo ou classe social. Agressão é um ato de violência em qualquer lugar. Como ator global, lhe aconselho a abraçar causas mais nobres, que defender um desequilibrado que confunde selvageria com hombridade e precisa de uns 30 anos de Terapia para curar-se dos seus recalques e frustrações . Defenda a PAZ!
Assim, exponho minha opinião lá , e aqui que é o meu reduto especial, escrevo o que me é conveniente, e exponho as minhas idéias, correndo o mesmo risco que uma uma faca amolada corre ao cravar-se, e acrescento:
Imagino, quantas pessoas gostariam de ter o privilégio - inclusive eu- de ser celebridade, com a capacidade de encarnar ainda viva tantas vidas, de ser entrevistada pelo "Gordo" para falar das superações internas e externas, para contar que fez algo louvável pela e para a humanidade, que tem buscado impacientemente a perfeição, que tem lutado pelas minorias, que tem abraçado pessoas e campanhas contra as drogas , a violência e as doenças, que tem colaborado para a harmonia ambiental, que tem o Sol como luz e agradece a noite necessária.
Mas não fazem isso, porque são estrelas sem brilho próprio, não são luminosos, são apenas iluminados pelas luzes dos estúdios, fora deles se tornam tão apagadas que necessitam da força física para aparecer fora das telas e dos palcos. Não respeitam a admiração que criam em torno de si, caem do salto, escorregam no piso falso que caminham, tropeçam nas suas incapacidades, e deixam ao vivo sua (des)humanidade, quebram o encanto , criado para agradar as massas. São humanos , como eu, eu sei, no entanto perderam a humanidade que nos faz morrer de ciúme , e não, por causa dele, dar "PORRADA", matar.
Que pena! não percebem que encontraram o caminho , mas se perderam no percurso. Zé de Abreu e o Dado, rolam para onde?
By Lígia Beuttenmüller
Créditos - Imagens Google.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

MINUTO-LUZ




MINUTO-LUZ






Por acaso deparei-me com a imagem desse globo terrestre e em meus textos falo quase sempre sobre o tempo. Por causa disso pensei em falar na maravilha de saber que a terra gira e nós em sua superficie , giramos com ela também , e não ficamos tontos , e se parados não saimos do lugar, nem os lugares saem das suas posições. Minha casa sempre estará aonde penso, sei, que está.Que alívio!
E falando em giros penso na medida do tempo quando me dizem, ou eu mesma digo "um minuto" seja ao telefone, no MSN ou pessoalmente numa pausa durante uma conversa.

Quanto dura um minuto, num contexto assim? Sinceramente , tenho certeza que passa dos 60 segundos que o célere "ponteiro maior" do relógio analógico faz numa volta que ele dá. Não sei se seria melhor ou pior calcular astronômicamente para tentar entender como demora esse minuto.

Existe o minuto-luz que é uma subunidade de comprimento, utilizada em astronomia e corresponde à distância percorrida pela luz em um minuto, no vácuo, portanto, um minuto-luz vale 17.987.547.480 metros (aproximadamente 18 milhões de quilômetros); ou ainda 0,12 UA.

Isto quer dizer que fica mais fácil os neurônios entenderem como um minuto demora tanto, mesmo porque quando estamos ansiosos é quase impossível , sossegar o coração.
Talvez agora seja mais compreensível aceitar uma ausência de 1 minuto , se converto esse compasso de espera em anos- luz. Agora sei que não é um minuto que nos separa, mas quilômetros estão entre nós, por isso compreendo porque você demora tanto p'ra voltar.



By Lígia Beuttenmüller

Créditos de imagem Wikpedia

domingo, 26 de outubro de 2008


Kuwait x Kuait

Ele estava passeando pela praia quando chutou algo, era uma lata de Kuait, e foi remetido ao emirado árabe, relembrou fielmente as informações das aulas de Geografia ...é um pequeno país do Oriente Médio, com limites ao norte e oeste pelo Iraque, no leste pelo Golfo Pérsico, e ao sul pela Arábia Saudita ... Que interessante, estar numa praia ensolarada e vir isso à sua cabeça. Riu ao constatar o poder de armazenamento de suas lembranças. Segurou a lata e uma lembrança mais recente aflorou: a propaganda do refigerante brasileiro cuja campanha instiga as pessoas num metrô a encarar a vida com uma alegria sonora que contagia a todos, lembrou também de um outro comercial , do mesmo produto , cuja frase estimula as mudanças internas e externas : “ se a gente muda, a arte muda (referindo-se ao grafitismo em S.P), o mundo muda”. Sentou-se num barzinho, ficou pensativo e pediu uma Coca-Cola; sabia que o efeito de um refrigerante é apenas “refrigerante”. Mudar o quê ? Mudar p'ra quê? Mudar por quê? Ora, foi apenas um chute numa lata.
Mudanças não nascem de "topadas em latas" nem de fora pra dentro, o caminho é sempre inverso.
by Lígia Beuttenmüller Direitos Reservados
Crédito da imagem http://heresmitta.ig.com.br/

segunda-feira, 20 de outubro de 2008






LEI ELOÁ



A PARTIR DESSA DATA 20/10/2008 NENHUMA AÇÃO DA POLÍCIA, GATE, HOPE, SERÁ RESPALDADA NA INCOMPETÊNCIA, NO ABUSO DE PODER, NEM NOS CONCEITOS SUBJETIVOS DAS EMOÇÕES.

ART.1 TODO POLICIAL PERTENCENTE A EQUIPE DE RESGATE TERÁ QUE SE SUBMETER AO TESTE DE RESGATAR SEU PRÓPRIO FILHO, ESPOSA OU MÃE PARA SER CREDENCIADO A PERTENCER AO GRUPO.

ART.2. TODO COMANDO DA AÇÃO DE RESGATE DEVERÁ TER A HUMILDADE INTELECTUAL DE ASSUMIR QUE NECESSITA DA AJUDA DE OUTROS PROFISSIONAIS COMPETENTES PARA DECIDIR ACERTADAMENTE QUE ATITUDE DEVERÁ TOMAR EM CASOS DE RESGATE.

ART.3. TODA AÇÃO DE RESGATE SERÁ RESPALDADA NA VALORIZAÇÃO DA VIDA, INICIALMENTE DO(S) SEQÜESTRADO(S), E EM ÚLTIMO LUGAR A DO(S) SEQÜESTRADOR (ES)

ART.4.TODA A EQUIPE DE RESGATE DEVERÁ MUDAR SEUS CONCEITOS SOBRE A MOTIVAÇÃO DE UM PRÉ-HOMICÍDIO, CONSIDERANDO QUE UM “PSEUDO”DESEQUILIBRADO EMOCIONAL NÃO PODE VENCER A RACIONALIDADE DE TANTOS.

É UMA PENA QUE DE NOVO TENHAMOS ASSISTIDO A MAIS UMA BARBÁRIE, NOTICIADA INITERRUPTAMENTE PELA MÍDIA E PROTAGONIZADA PELAS INSTITUIÇÕES SECULARES: A FAMÍLIA, O ESTADO E A SEGURANÇA PÚBLICA.


COMO PODE OS PAIS NÃO ACOMPANHAR E INTERFERIR SERIAMENTE NA VIDA DOS SEUS FILHOS? Como uma mãe permite que os filhos comecem a namorar tão precocemente? Como não fazê-los aprender a realidade da vida por atos de amor, de companheirismo e CUMPLICIDADE familiar?

Não podiam, ah! Não podiam ...tinham uma arma guardada em casa, uma desobediência civil que foi ADICIONADA a artilharia do seqüestrador .

COMO PODE O ESTADO REPRESENTADO PELOS POLÍTICOS QUE ELEGEMOS SILENCIAR ANTE A UMA REFORMA URGENTE DAS LEIS DO PAÍS, RESPONSABILIZANDO MAIS DURAMENTE OS TRANSGRESSORES, SEM RELEVAR SE SÃO ASSASSINOS PRIMÁRIOS, “SECUNDÁRIOS OU SUPERIORES”?

Não podem, ah! Não podem... Vivem buscando provas de transgressões entre seus pares, passam o tempo todo abrindo e reabrindo CPI – Comissão Pública da Impunidade- para matar o tempo , como aluno que gazeia aula.

COMO PODE A SEGURANÇA PÚBLICA SE REVESTIR DE INÉRCIA, QUE NOS DEIXA APRISIONADOS DENTRO DE NÓS MESMOS, ESPERANDO A MORTE ANTECIPADA, OU QUE UMA BALA PERDIDA QUE NOS ENCONTRE?

Não podem, ah! Não podem mesmo... Os poderosos vivem cercados de segurança para si e para seus familiares, moram em fortalezas sitiadas pelos lacaios, trafegam em carros blindados pagos com nossos impostos.

E nós? Só temos que esperar ou não, que a Escala de Glasgow nos leve à masmorra do castelo escocês para que outras pessoas vejam a vida pelos olhos de outras Eloá's.
by Lígia Beuttenmüller- Direitos reservados
Imagem - uol

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

AVULSA



ACORDOU TARDE, ESPREGUIÇOU-SE COMO NUNCA MAIS HAVIA FEITO, VIROU-SE PARA O LADO, OLHOU O SOL FAZENDO SOMBRA EM SEUS PÉS. Riu para o despertador, zombou do tempo, do trabalho, do trânsito, da secretária, do almoço executivo, do elevador, do patrão. Era só risos. Imaginou o café, o chocolate, a coca-cola, o cigarrro (o pior rsrsr), ligou o som e coincidentemente estava lá “ My Way”, numa sonoridade “Sinatriana” e agradeceu de forma subliminar, a programação da rádio local, por ter lhe dado de presente essa trilha sonora para o início de suas férias. Desligou o celular e não ligou a TV. Queria apenas saborear a chance de ser "avulsa" por trinta dias para decidir aonde ir ou estar, de falar ou calar, de sentir ou “adormecer”, de sorrir ou chorar , de partir ou ficar. Estava tudo sob controle real. Tinha um mês para se sentir desvencilhada de compromissos , obrigações . Queria revirar gavetas, rasgar contratos e cartas que já não tinham valor. Sentia vontade de excluir, exorcizar-se das tralhas e traças. Queria fazer tudo isso num tempo sem tempo. O dia passou lento como se os ponteiros fossem cúmplices da sua liberdade. A vida parecia parada e enclausurada no seu quarto. Tudo esperava o seu comando.
Anoiteceu, contou estrelas, convidou a lua, pra adentrar, abriu escancaradamente as janelas e as cortinas . Brindou o luar com uma taça de vinho sem preço, só pelo prazer e pelo sabor, naum era Hermitage La Chapelle 1961, nem um Château Mouton-Rothschild 1982, era um vinho sem marca comercial, mas tinha um valor emocional inquestionável, guardado por anos a fio , para um dia especial como aquele, iniciado do seu jeito , do seu melhor jeito de ser feliz.

domingo, 12 de outubro de 2008


SOLIDÃO ACOMPANHADA

Há muito tempo não acontecia na vida dele, nenhum acontecimento especial que desse uma guinada na sua existência, mas tudo sinalizava que ele estava em fase de desamor pelo mundo . Talvez por opção ou desencanto, não se sabe.
Vivia curtindo sua solidão, acompanhado de si mesmo, e de tão só, havia momentos extremos que nem ele estava consigo.
Era a fuga existencial que o separava da multidão, e coexistia no seu próprio eu. Havia gente demais para pouco espaço.
Vivia assim, dentro de muros inalcansáveis, porém visitava diuturnamente seus próprios porões mesmo andando a ermo dentro de si.
Do lado de fora, só dava chance ao sol, que entrara por uma brechinha da sua carteira -havia instalado em casa uma sala de bronzeamento artificial .
Sem sair do seu reduto, ia ao Louvre ou a qualquer lugar, visitava as salas de exposição do museu, em especial as antiquités grecques, étrusques et romaines, e se encantava com as esculturas gregas situadas no sótão. As cerâmicas e os bronzes no 1º andar, chamavam a sua atenção.
Passava horas, olhando os objetos, procurando neles as raízes da sua inércia interior. Buscava companhia , como se aquelas peças pudessem ganhar vida.
Mas nem por isso se angustiava, tornara-se assumidamente nômade virtual e - ao click do mouse – o “ratinho” lhe levava para aonde ele quisesse, era disciplinado, para atender os seus anseios.
A cada investida, seu GPS mental localizava rapidamente seus interesses, indicava rotas, assim, sentia-se mais confiante e pronto para novas incursões virtuais.
Entre intervalos se perguntava, quem ou o quê seria o amor da sua vida e de
imediato, olhava (alegremente ) no espelho, porque gostava poeticamente da sombra da sua própria ausência.

by Lígia Beuttenmüller
Créditos de Imagem - Lígia Beuttenmüller

quinta-feira, 9 de outubro de 2008


O QUE FALTA E O QUE SOBRA

Ele chega em casa e em qualquer lugar,

com cara de satisfeito,

satisfeito com uma vida medíocre,

pincelada pela menor parte do muito.

E quem o conhece sabe que ele não embala sonhos,

vive da dura realidade que ele próprio criou.

Não arrisca, não aposta , não começa , nem termina,

mas teima com tudo , com todos e com ninguém.

Tem uma vida inóspita para a felicidade,

sem choro, nem risos , nem explicações.

Detesta dar satisfações , inclusive a ele próprio para

não desequilibrar o que ele considera ser uma

atitude segura e indolor.

Bebe uma cerveja dourada e redonda ,

perde-se na viagem

que a cevada maltada e o lúpulo,

faz nas suas vias sanguíneas,

gira com a vida mas só consegue carregar consigo,

dúvidas e dívidas contraídas

a longo e a médio prazo, sente-se livre

da urgência , tudo passa e tudo espera.

É o epicentro da estagnação .

Um dia lhe perguntaram para aonde ia tão apressado,

ao que ele respondeu , não sei ,

mas tenho que chegar logo e, dobrou na esquina.

By Lígia Beuttenmüller - Direitos Reservados

Crédito da Imagem - by Lígia Beuttenmüller

segunda-feira, 6 de outubro de 2008




A REDE QUE EMBALA

A dança das letras
Forma palavras
Guarda segredos
Tece sonhos
Em raros tons


São figuras de linguagem
Dúvidas desenhadas
Tatuadas com fogo e ferro
Nos punhos de uma rede


Os punhos se fecharam
Esmurraram
Os seis cantos da varanda
A linha tecida com esmero
Se rompe
Espalha tudo
As palavras, os sonhos, e os tons
O vento sudeste
Anuncia a morte
Pendurada no vazio
Entre a rede e a varanda...
Sem alarde


by Lígia Beuttenmuller Direitos Reservados
Créditos da Imagem - Google Imagens

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

VIVA A AMPULHETA!!!
Fiquei curiosa em qualificar semanticamente a palavra FOI, e me deparei com a constatação, de que geralmente , pouco se dá atenção ao estudo da significação, talvez por isso nos equivocamos com alguns posicionamentos diante da vida. Daí, concluí que para se reviver o passado, é preciso pensar no significado do quê um dia , por horas , ou eternamente ficou na lembrança. Ah!... Mas nem por isso esse retorno terá a força de perturbar o presente, pois o que seria do alemão tão temido – o Alzheimer? Se o que vale na palavra e no ato do tempo é de verdade o esquecimento?
É visceral “lembrar” que a lembrança é apenas a efígie do passado, e não pode, nem por força natural ou sobrenatural, permanecer no presente. O passado faz parte obviamente do que passou, e não temos por mais abençoados ou infames que sejamos, o poder , de aprisioná-lo ao agora. Mesmo que tenhamos instrumentos naturais ou artificiais , como dedos pinçadores, corações quebrantados, cordões umbilicais, conexão por fibras óticas com todos os megas e gigas possíveis, nada prende, o passado ao presente, nem que a gente insista em fossilizá-lo.
Remotamente, acionamos o botão de controle, e mesmo que imperiosamente a ciência una o dedo indicador ao mundo, há sempre o “raio” (que o parta) que secciona a plenitude do imutável. Nada está preso, nem se prende, por imposição ou decreto. A terra está solta, gira, mas não cai, ela se permitiu entrelaçar-se à gravidade, e constituiu uma parceria, com promessa: “não me derrube, não me deixe cair, por que eu não vou andar para trás, eu vou apenas girar, para ver outros mundos, porque necessito estar em movimento.
Sinceramente não sei se os ponteiros do relógio copiaram o movimento da terra ou os dois , terra e tempo fizeram um acordo de cavalheiro, de respeito mútuo, para girarem na mesma direção.E não há gravidez de futuro, se o passado não der passagem ao presente. O futuro nunca chegaria se ele mesmo não azeitasse as engrenagens do tempo.
Imagina , a gente ficar rodopiando em círculo, mas pra quê? A terra faz isso por nós e certamente, em 365 dias nada será como antes. O tempo é complacente porque sabe que se parar , ele próprio morre (e ele não é do signo de escorpião, gracias a la vida) , porque não é bom para ele nem prá ninguém que isso aconteça. Nós morremos, e morreremos fatidicamente , por over ou por abstinência , porém ele como um meteoro passa, só pressente a sua passagem, quem está olhando para o agora, e sabe como alargar os neurônios para dar-lhes asas e festejar o inesperado- o que ainda não sabemos- mas acreditamos que em algum lugar há o que se encontrar. Ah! Sabedoria infinda.
Os incautos dizem , me dê tempo, como se o tempo fosse bobo e parasse. A poesia, a filosofia e tantas outras formas de expressão do conhecimento universal, se impregnam dessa fortaleza chamada tempo, senão já teríamos morrido pela pertinência das doenças porque a ciência deixou de apostar nele, ou havíamos perecido no primeiro dilúvio por não acreditarmos que os pulmões são bolsas de ar. E não há como degladiar com essa força , porque na sua avidez , ele não pára, nem pode perder seu ritmo, para piedosamente acompanhar nossas tristezas, ou num ato de cumplicidade festejar nossas alegrias... Essas coisas um dia acabam, ele, nunca ! A minha tristeza dura o tempo que eu permitir, e minha vida será uma festa enquanto eu decidir olhar para o horizonte, e crer que o mundo não termina ali. Eu preciso enganar o tempo, para que ele não perceba que um amargor travou meu percurso, ou que a minha alegria embriagou a minha razão. E nesse equilíbrio semântico percebo com lucidez, que firmei com significação um trato que só
Mário Lago descreveu com precisão: “Eu fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo: nem ele me persegue, nem eu fujo dele. Um dia a gente se encontra...”
Eu porém, evito esse encontro, não nego que engano o tempo enquanto eu puder!
Sei que o fim é inevitável, (não fora o “The End” da vida e dos filmes ) o FOI... me ajudou a dizer : FUI !!! e isso é abortar o futuro!
by Lígia Beuttenmüler -Direitos reservados
Crédito da Imagem : Google -imagens

terça-feira, 26 de agosto de 2008



NOSSAS MADRUGADAS


Ultimamente, as madrugadas parecem acabar mais depressa, então eu penso, porque o tempo não respeita os amantes, nem atende a voz do desejo, que pede amorosamente a ele: por favor, pare... Conceda-nos o impossível, cristalize o momento, permita que a eternidade se imponha?
Mas que nada! Ele vai saindo, manhoso na pressa de converter o presente em passado, e deixa ardilosamente a saudade em seu lugar. Somente a possibilidade do futuro consegue minimizar a partida. Ah! Mas o amanhecer traz consigo (em flash), as imagens, e os sons do prazer que fez o pulsar do amor e da vida. Agora, o corpo, depois do descanso merecido, acorda conservando ainda o calor “morno” da noite “caliente”, querendo e desejando que o dia voe na velocidade da luz, que a madrugada se apresse em chegar novamente, para ser a estrela da noite, e entre em cena, trêmula como se fosse, o seu primeiro espetáculo.

domingo, 24 de agosto de 2008




KIBON(M) SEM SER SORVANE

Ah! Como é bom sentir o sabor de fruta madura,do cheiro de madrugada insone , incrustada , na rede, na cama, no corpo. E mesmo sabendo que o amor se vai e se esvai, a gente se contagia de saudade que dói, e enlouquece, não sei se é porque ela é contundente ou porque abençoadamente somos sem juízo. Mas a gente não quer sentir essa saudade , que martela como pingo de torneira, e nos torna assassinos sem provas, unicamente porque sentimos vontade de matar a ausência com um simples gesto , apenas conseguindo chegar ao encontro. Não na hora marcada, mas na hora esperada. O corpo grita, a mente chama e a razão diz sim e não, é um tumulto interno, tão intenso que disfarçamos nossos anseios, encobrimos a paixão, e desejando sem controle, nos cobrimos de segredos, trancamos todas as portas, escondemos as chaves, mas invariavelmente esquecemos de travar as janelas.
Então, mesmo estando inteiros , nos sentimos incompletos e despedaçados, colocamos no objeto amado todas as possibilidades de completude, mudamos internamente, alargamos nossa solidão, até achar que o ar comprimiu, que devastamos totalmente a Amazônia , e não só o pulmão do mundo morreu, nós morremos também.
É difícil imaginar qualquer coisa, sem o olhar do outro, nos arrependemos de não ter aprendido Braille, para decifrar as artemanhas do amor que é cego e nos cega. Nos culpamos como boxeador que sabe que perdeu porque abriu a guarda, mas não aprendemos a dureza da insensibilidade , derretemos feito chocolate numa boca quente, apostamos no que era para ser apenas uma forma teimosa de insistir.
Mesmo que as cartas não decidam o jogo porque há greves de carteiros, que as mensagens eletrônicas não passem no crivo do farewell , e que a permanência virtual não encontre as fibras ópticas de um olhar, arriscamos ridiculamente: não dá para sermos cúmplices ao menos numa “casquinha” com sorvete?

segunda-feira, 18 de agosto de 2008


O TEMPO DAS ROSAS E DA FLOR DA PELE


Estou retomando minhas loucuras literárias depois de algum tempo afastada, e me vejo refletindo sobre essa ausência e descubro que o tempo- não dá tempo a quem não o organiza . Tento aprisionar o meu tempo, e aproveito o que ele tem de melhor: O ACOLHER OU ABANDONAR . Priorizo todas as coisas que no momento são muito importantes para a minha paz e o meu contentamento. Nessa análise compreendo o quanto o tempo está impregnando o meu leque de decisões. Acho (porque sou expert na ciência do “achismo”) que registro o que encontro – detalhe: sempre encontro o que estou buscando por isso , EURECA é o que sinto à flor da pele . Escolho minhas veredas e meus caminhos pseudo-tortuosos , mas sempre vou para algum lugar, para alguma coisa ou para alguém, sem perder a minha própria trilha. Percebo que não tenho que fazer muitos ou nenhum retorno, sigo em frente como seta reta de trânsito ou flecha de índio, vou e chego, permaneço, ou sumo e desapareço, principalmente se a permanência independe de mim, então deixo que o tempo faça viável a possibilidade da infinidade ou do esquecimento.
Quando comigo mesma, espalho rosas na linha do tempo, porque eu decido e comando os meus conflitos existenciais, atraso ou adianto meus encontros com a vida , deixo-os atrelados aos meus sonhos ou os despenco abismo abaixo. Quem azeita minhas asas e me faz mais veloz? A rosa ou a flor da pele? Voar para o quê e para aonde? Ao encontro ou a despedida? Não me preocupo , eu não uso relógio, SOU SEM (N) HORA, embora o improvável me faça grandes surpresas .

quarta-feira, 7 de maio de 2008

ENQUANTO A MÍDIA PASSA, EU FICO!!!

Quantos mistérios escondem o que não queremos mostrar das nossas vergonhas internas, nossos conflitos inenarráveis?
É aí, aonde começamos a assumir os 70 (setenta) pecados mortais/capitais/ tropicais: aqueles que nos envergonhamos (?) de tê-los, porque não querermos assumir nossas verdades-mentiras!!!
Penso , agora , o que faz um ser humano pegar sua própria cria( E NÃO SÓ ELA) e jogar de um sexto andar? Esse cara é anima/analfa , não soube , nem nunca saberá a diferença de um cesto ( Profeta Moisés), e um sexto (6ºandar) pois se iguala a um austríaco que mistura ainda mais as letras e os conceitos: onde o cesto, o sexto, o porão , e o sexo, viram incesto!
O que faz essas pessoas perderem o senso do certo e do errado?Como podem fazer de seus descendentes, vítimas da suas ignomínias? Eu fico entre ??????( interrogações várias) e .......( reticências também) , para explicar a mim própria , e entender que certamente estes malditos pais , em pleno século XX/XXI, perderam a aula, não quiseram apre(e)nder os algarismos romanos por isso não sabem que avançamos 2.100 anos, perderam também a aula da matemática existencial , principalmente a da adição= soma (r) . Somar o quê , a uma família sem nexo, só sexo e desamor paternal? Universalmente, as pessoas perderam o bom senso? O que faz um pai atirar-se numa cama com a própria filha durante 24 anos e outro atirar em 24 minutos uma filha de um sexto andar? Onde está o erro? Milimetrando pelo tempo, tenho um referencial inicial onde tudo acaba, noutro, onde tudo se perpetua, nas gerações, que saberão amargamente que são filhos/netos de monstros, (animais- desculpem-me gatos, cachorros e antas ) que levantaram as patas dianteiras pela permissão de quem?. Ah! Livrem-me todos, (do céu do ar, do mar e da terra,) da minha saga, pois não haveria nem céu, nem inferno, somente piso e chão, para eu me situar. Eu dispensaria (se fosse parente desses inomináveis) o grande “Deus”, do seu lento trabalho de justiça pré-pós secular , e eu, nem pediria a Ele licença, invadiria o Seu espaço pós-justiceiro. Garanto que o tempo, criado por Ele, seria meu amigo e certamente em menos de 24 anos e de 24 minutos, eu desceria minha espada , perseguiria até a 3ª e 4ª geração destes, para exterminar os erros que foram produzidos , pelos frutos da genética, da cibernética, ou da dialética, sei lá!!!
Quem clamará pelas vítimas, numa Justiça falida, e insana, cega, doida e burra?
Que façam comigo, o que deve ser feito, se algum dia eu esquecer que sou humana!
Aos esquecidos da sua humanidade/civilidade, aos irresponsáveis moralmente: MORTE! Tal qual, eu seja hoje, algoz / serei justiçada.
PS. Eu não consigo ver coisas dessa (in) natureza, e ser somente espectadora! Por que se o mundo não se importa, eu registro e legitimo minha indignação! A mídia passa (passa nas TV’S , jornais , revistas e na memória) eu FICO e PERMANEÇO!!! Ao menos não morrerei de infarto, pois não me farto de gritar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
P.Q.P.!!! GRITEM JUNTO COMIGO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Talvez nosso eco vibre nas cordas timpânicas da consciência dos que não sentem, nem ouvem, e por isso não clamam: JUSTIÇA, tira a tua venda e não te vendas !!!!!

PS. Não deu tempo de assinar a minha tela, tal a minha pressa em externar a minha indignação.


terça-feira, 29 de abril de 2008


AONDE FICA PARSÁGADA ?
Eu sei !

A viagem para Parságada é um translado onírico, pois lá é um lugar aonde se é amigo do rei, onde se dorme na cama que se quer e com a pessoa que se deseja.
Segundo Manuel Bandeira é uma viagem provocada pela infelicidade daqui.
De vez em quando vou lá, principalmente quando fico triste, irresponsabilizo os meus atos, fujo e sento-me à mesa da vida, escolho o melhor lugar e como do melhor prato.
Acho que essa fuga não deva ser fugaz, para dar tempo ao tempo, apenas, pois ela serve-me como uma injeção estimulante para decidir a hora de voltar ao cotidiano, porque de lá vejo com mais clareza, meu "termo de acordo" com as minhas mudanças internas, aglomero forças para enfrentar o que vier, depois, no retorno.
E as mudanças que ocorrem no meu avesso quando faço esse percurso sem rotas, estradas e caminhos reais, é inominável; tudo conduzido pela ânsia de me livrar da dura realidade que permeia a vida , com formas tão duras , tão nítidas e inquebrantáveis que acabam por vezes me impulsionando como catadupas e nem me importando com a velocidade em que serei arremessada, quando descobrí , que Parságada realmente existe.
É pra lá que vou!!! Sei que lá há espelhos nas águas; que não haverá sombras que impossibilitem ver o lugar mais escondido dentro do meu coração.
O silêncio lá tem som, um som que não me ensurdece, apenas ecoa simplesmente numa conversa amorosa com o meu “dentro”.
As palavras não necessitam de tons, a lineariedade provém da estabilidade emocional adquirida na paz existente nesse lugar.
As turbulências e as inquietações não encontram espaço para se instalar porque é nirvana o meu estado.
Os sonhos saem dos seus casulos naturais como se a hora não fosse senhora e dona desse tempo, nada então é impossível para ser concreto, para sair da abstração e partir , acompanhando-me no caminho de volta...
Ah! Parságada, os caminhos que a ti me levam, percorrem exatamente as minhas veias e não há como errar a tua porta de entrada, você se situa em meu coração , mora na minha alma e a felicidade é a grande ponte , o grande vínculo existente entre nós!
Essa é a minha Parságada, a sua e a de Manoel Bandeira? Não sei!!!
PS. Cada um sabe a sua área de conforto!!!!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Transcrevo a opinião de Marcelo Tas - cronista do Uol Diversão e Arte

"Tem hora que o destino une os homens. Faz sentido o papa passar o aniversário de 81 anos dele com George W. Bush. Um tem que explicar o Iraque, o outro os padres pedófilos que já causaram um rombo de U$ 2 bilhões de dólares à Igreja só em indenizações. Sem contar o preço que ainda vai ser cobrado desses padrecos pelo diabo nas profundezas do inferno.Que os deuses sejam misericordiosos mas também justos com os destinos de Bento e Bush.Imagens: The New York Times
Escrito por Marcelo Tas às 08h44"

Ah, não me contive e escrevi no UOL Blog - Comentários- e por não saber se será publicado, venho ao meu blog e expurgo a minha contrariedade e exponho a minha opinião sobre a matéria contida acima.

Tenho atravessada na garganta a posição da Igreja nas questões como Célula Tronco, uso da Camisinha, Controle da Natalidade, a intolerância ao gays, entre outras, e agora mais essa! A Pedofilia. Eu não posso deixar que isso venha engasgar-me, então...

Bhus explicar a guerra do Iraque, e Bento a pedofilia dos PADRES PODRES , é tentar o quê? Nos dar crachá de analfabetos funcionais?

Como é possível explicações para atos que matam uns física , e outros emocionalmente?

E ainda fala-se em prejuízo financeiro para a Igreja ?! Que gracinha de especulação!!!

Engraçado será descobrir que o Inferno é apenas uma metáfora, e os dois, PAPA e BUSH, morrerão, e tão somente sairão do cenário daqui ; mas enquanto vivos, estão desfrutando das benesses do poder religioso e político.

Bento acobertando a podridão da Igreja antes de ser Papa e o Bush enviando soldados para a guerra.

Em tempo, por que ele não vai para o front? E o Papa por que não edita uma "epistola encyclica", abrindo a possibilidade dos padres fazerem sexo com pessoas adultas, que estariam nessa relação sem comprometer o Banco do Vaticano?

Ôpa! parece que Bento não leu "Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me.” (Mateus 19. 16-22).

Mas lá no inferno, (se é que existe) os dois continuarão sempre em evidência, pois irão encontrar tantos conhecidos que nem vão incomodar-se com a nova morada.

Muito pelo contrário, serão "celebridades " na festa!


Obs.1- a foto foi retirada do Google Imagens

Obs.2- a citação bíblica foi apenas uma referência bibliográfica, quem me conhece sabe que não sou atéia, sou "à toa".

quarta-feira, 16 de abril de 2008

NÃO SÃO METÁFORAS

Entro na net diariamente por força do hábito e do ofício, tão automaticamente que meu computador parece uma extensão de mim. Passeio , navego, encontro e desencontro pessoas .
Escuto, falo, escrevo, leio, vejo e me mostro, aprendo e ensino, bloqueio e sou bloqueada. Emociono-me com relatos, acho graça das bobagens e naturalmente riem, das minhas bobagens também. O virtual me encanta!
Mesmo com todo esse encanto/deslumbramento, sinto falta do olho no olho, da cervejinha gelada( quando se está no real) para temperar as conversas sérias , intelectuais e até as que provocam o famoso rsrsrsrs / kkkkk.
Tenho companhias de teclado de norte ao sul, daqui e de além mares. E cada vez que a bandeirinha anuncia alguma chegada é alguém à minha porta para adentrar com as mãos cheias de músicas que vão do Brega ao Chic’o, do barulho ruidoso do rock metálico ao som envolvente de Richard Chamberlain .
E não faltam os erudito-clássicos de uma sinfonia numerada ou o Opus de Shostakovich, em formato midi, o que não tira a beleza dos acordes.
Meu conhecimento antes restrito tem se alargado, por receber versos, prosas , poemas de escritores dos quais não tinha ainda ouvido falar – e de outros velhos conhecidos , com os quais me deleito na leitura a algum tempo.
Me trazem de presente Clarisse Lispector , Hilda Hilst, T.S.Elliot, Ernest Hemingway ou Cassiano Ricardo e deste, “Você e o seu retrato” (olhando a janela de exibição, relembro um trecho do poema)
...“Talvez porque o seu retrato,
embora eu me torne oblíquo,
me olha, sempre, de frente” ...
Recebo letras de músicas que fazem-me viajar sem sair da tela. Letras que me deixam triste por não tê-las escrito, mas abençôo a sensibilidade de quem as escreveu.
Imagino o estado de sublimação do grupo Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, quando fez o casamento perfeito de música e letra do sucesso “É VOCÊ”, ao mesmo tempo imagino que pessoa tão especial, desperta nos autores frases assim :
É você
Só você
Que na vida vai comigo agora
Nós dois na floresta e no salão
Nada mais
Deita no meu peito e me devora
Na vida só resta seguir
Um risco, um passo, um gesto rio afora ...
São essas companhias virtuais que vencem os kilometros e as horas , a distância e o tempo e conseguem me invadir sem imposição, entram com uma bandeirinha dizendo cheguei , e eu , sinceramente , eu fico com medo que a “net caia” .
PS. Teria uma tela minha para ilustrar o texto, mas preferi uma que recebi de presente numa dessas conversas.

quarta-feira, 19 de março de 2008

“PRÁ NINGUÉM”

“De você sei quase nada , Pra onde vai ou porque veio, Nem mesmo sei , Qual é a parte da tua estrada, No meu caminho Será um atalho, Ou um desvio, Um rio raso Um passo em falso, Um prato fundo, Pra toda fome, Que há no mundo”QUASE NADA - Zeca Baleiro
O que sabemos de nós, o que sabemos dos outros?Tenho a resposta quando ouço– QUASE NADA - Zeca Baleiro
Ele é baleiro- porque é simbologia de balas de caramelo, ou por ser certeiro em letras “balas” que mesmo perdidas acertam sempre alguém?
Que vazio é esse que é preenchido facilmente por pessoas que delas não sabemos quase nada? Porque nosso poço se enche de água ou de ar? Se na água nos afogamos por não saber nadar e o excesso de ar estoura nossos pulmões? Como freiar essa busca insana de amar e ser amado? Como estabelecer equilíbrio sem cair da corda bamba?
É difícil administrar a vulnerabilidade e encouraçar o coração quando na madrugada fazemos incursões nas janelas do mundo, e o dia nasce ... a porta se abre, e nela vislumbramos um sol tão brilhante que nos cega mesmo que momentâneamente. A busca parece ter findado, mas a espera desfaz “as certezas” e voltamos , para aonde? Para estradas, caminhos, veredas , casas, salas , pessoas , aliás para as seis paredes, que vão além das quatro , porque incluem o teto e o chão, mas naturalmente prefirimos o confinamento, a prisão, e esquecemos que é no piso que nos situamos e é no teto que podemos fixar estrelas e nele podemos extrapolar o mundo e nelas sonhar com outros vôos.
Não há perdas quando se vai em busca do encontro, porque nunca haverá "certezas "quando descobrirmos que estamos prá ninguém. É essa “incerteza” que nos faz contraditoriamente acreditar que há outros mundos onde sonhar.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

BUTTERFLY

Butterfly, sinônimo de tanta coisa. O seu colorido encanta, porém prefiro esquecer sua beleza e pensar em suas asas, tento uma simbiose afetiva e clara nessa relação. Necessito de suas asas e não dispenso a metamorfose inclusa no seu desenvolvimento, pois um vôo requer planejamento das etapas e dos processos. Sou amiga dos pássaros,mas eles já nascem prontos, a borboleta não, ela é um caminho. Nada mais interessante que esperar que o trigo se torne pão, nada como sentir fome e saber que pão não nasce em árvores. Cada vez que me oportunizo a descobrir , e até chegar lá, tenho no compasso da espera, a chance, de me preparar para o grande momento. Permito que suas asas me sirvam para afastar-me do chão, perder a noção da gravidade e engravidar os meus sonhos. E que viagem empreendo à minha fantasia! O sonho é o combustível indispensável para que a vida se torne mais amena, esperar é a decência da utopia. Sonhar é utópico, mas , viver o sonho, é torná-lo realidade.
Espero, sem enfrentar filas, sem conturbar minha consciência, sem ter pressa. Eu aprendi que o dia chegará com todas as cores imagináveis, com toda a força do possível. Dispensarei momentâneamente as asas, desfarei essa relação simbiótica com a borboleta e porei novamente os pés no chão, e direi: esse chão é o resultado da minha espera.
Eu creio, sim!