sexta-feira, 28 de novembro de 2008

LENÇO YES

Mensagem a um AMOR VENCIDO com síndrome de VENCEDOR

Antes, bem antes , vivia se apaixonando, bastava um afago, um olhar mais penetrante e ela derretia o “gelo” que envolvia seu coração, mas de tanto expor-se ingenuamente foi se desencantando, precavendo-se e amarrando-se em si mesma, não dava trégua a qualquer possibilidade de invasão. Achava que era preciso “selecionar” para não sofrer. Pensava que restringindo as entradas, impedia as saídas. Num descuido qualquer, sabe, naqueles dias/horas de fragilidade , abriu as portas, as janelas , e as entranhas. Sentia-se desamada portanto, desarmada . Nessas condições estava favorável aos ataques de leões ou cordeiros mesmo assim, pensou que poderia encontrar paragens, oásis , ai, arriscou sem pestanejar, sem titubear, sem tremer nem estremecer, havia chegado a hora de sair da toca. Abriu a passarela, deu vazão aos sonhos e desejos, entregou-se por noites, dias, pelo simples crédito de um agora com gosto de p’ra sempre. Experimentou nas cinco estações ( incluiu as da rádio) e nos seis sentidos (incluiu o prazer), o céu e o inferno de um amor desvairado.
Flutuava da rede para a cama, da sala para a varanda, espaços estritos e restritos demarcados nos seus recônditos internos. Era parceira e espectadora fiel do mar e rio, do céu e estrelas, do vento e chuva. Permitia a si própria experimentar o deleite dessa turbulência calma, que abrangia totalmente seus extremos. A cada encontro com o amor, parecia que a avenida alongava um caminho sem fim, nele, apenas identificava o horizonte, e quando ficava próxima dele, notava que a estrada se alongava ainda mais. Tomava essa visão como uma promessa de eternidade. Acreditava piamente, porque tudo se revestia com a carapaça do real, e ela, CRÉDULA OU LOUCA, incrustava a cada prazer um jorrar de pérolas em seu tapete de chão... Quando chovia era gostoso por causa do aconchego do frio. Quando fazia calor, se encantava com o topor de sentir-se “quente”, “viva”. Quando ouvia música, via confetes caírem do teto como num eterno carnaval. Estava e vivia um nirvana e só percebeu que toda essa emoção era solitariamente particular, quando chorou de saudade, de tristeza, e apenas o vento, só ele enxugou suas lágrimas.
E numa situação assim, tão sordidamente solitária , ela precisava apenas de uma caixa de lenços YES.
by Lígia Beuttenüller - Direitos Reservados
Crédito de imagem: Marta Dietz Beuttenmüller- Inverno em Bellinzona - Suécia ( Switzerlan)

3 comentários:

Anônimo disse...

DE MIM, PARA MIM.

SINCERAMENTE ESCREVO NUM ESTADO DE CONTEMPLAÇÃO DA ARRUMAÇÃO POÉTICA DAS PALAVRAS EM FRASES, NUMA VELOCIDADE FÓRMULA 1 ("MASSIANA"), NUMA VOLÚPIA TÃO INTENSA, QUE QUANDO TERMINO, NÃO ME CONTENTO, LEIO E RELEIO, PERPLEXA COM O QUE ESCREVI . E SEM NENHUM NARCISISMO DIGO PARA MIM MESMA: PÔ LIGIA , VC É PHODA.

Anônimo disse...

Concordo literalmente com você MULHER!, tu é muito PHODA mesmo...desta vez mudou muito...muito mesmo...só que foi para lá de melhor...se superou de FATO!...mas faltou de certa forma a PLACA com os DIZERES....rsrs...como não FLUTUAR na rede e não viver um niverna com a MÚSICA...não é?...Adoro tu! bjssssssssss...

Anônimo disse...

Olá
Já li e reli algumas vezes Lenços yes.,
Para diferenciar da sua definição proponho a troca da palavra Phoda para:
Lígia, Você é um ato de amor.
Creio que, igualmente a mim, você também deve ter perdido um grande e desvairado amor.
Impossível se expressar tão bem sem ter passado pela dor da perda.
Se bem que, um grande amor não se perde, fica sempre guardado nas nossas lembranças , num cantinho bem especial.
Porém é invertível, vez por outra, um lenço yes.
Vi também seus poemas na extensão do amor é poesia. Sensacional, em especial Ultimatum.
Mais uma vez parabéns. Com palavras… Você Sabe Dizer!
Um abraço.