NOSSAS MADRUGADAS
Ultimamente, as madrugadas parecem acabar mais depressa, então eu penso, porque o tempo não respeita os amantes, nem atende a voz do desejo, que pede amorosamente a ele: por favor, pare... Conceda-nos o impossível, cristalize o momento, permita que a eternidade se imponha?
Mas que nada! Ele vai saindo, manhoso na pressa de converter o presente em passado, e deixa ardilosamente a saudade em seu lugar. Somente a possibilidade do futuro consegue minimizar a partida. Ah! Mas o amanhecer traz consigo (em flash), as imagens, e os sons do prazer que fez o pulsar do amor e da vida. Agora, o corpo, depois do descanso merecido, acorda conservando ainda o calor “morno” da noite “caliente”, querendo e desejando que o dia voe na velocidade da luz, que a madrugada se apresse em chegar novamente, para ser a estrela da noite, e entre em cena, trêmula como se fosse, o seu primeiro espetáculo.