sábado, 30 de janeiro de 2010

AQUELA ESTRELA



No ceu há especialmente uma estrela, eu acho que outras não serão vistas, ao menos por mim. Eu a elegi entre tantas, talvez mais bonitas, mais brilhantes, mas é aquela que eu quero, é a que mais me encanta, mesmo que eu tenha que sonhar para enxerga-la porque o seu brilho pavimenta a minha estrada. Peço que ela não se esconda por mais denso que esteja o ceu, e ela me diz que eu não a esqueça. Faço uma mapa mental para não perde-la , Quero que a sua lembrança seja tão marcada em minha pele , que desempregue os tatuadores de plantão. Que ninguem a escolha, e, se isso acontecer , ela diga que tem dono, como disse Mário Lago a sua amada: Sou teu amigo, não teu dono. Dono em amor é ruim. Mas a ti me abandono, para seres dona de mim-.
A minha estrela sabe, que depois do encontro não haverá outro céu aonde brilhar!

Créditos de imagem e texto: Lígia Beuttenmüller

O QUE RESTA DA FESTA

É dificil acorrentar promessas de amor. De repente elas mudam de endereço, de porto , de par. Partem sem elegância (embora a traição tenha por tradição a deselegância) deixam em desalinho a paixão, devoram a alegria com a voracidade dos famintos, roubam a paz, fazem sucumbir os sonhos e os forçam pousar num poço, nele a poesia desliza rampa abaixo e descobre quão complicado é manter a ternura sem amargura. Por semanas infindas, a dor infinita da ausência se reveste de saudade.
A permissão equivocada se confunde com o tempo pedido, perdido por quem pensa que é carnaval em pleno natal, quem não acredita com o coração. Pede tempo e perde-se nele, adultera o corpo, o vinho e mata a videira. Desrespeita os vínculos , cavalga noutras paragens, planas, íngrimes , tanto faz. Tenta fazer do que parecia real, um projeto inacabado, crendo que a esperança vai esperar pelo arremedo do perdão.
Insiste em permanecer nos becos , guetos sem saída, disfarça a dúvida porque não consegue discernir entre o verdadeiro e o ilusório. Adormece, mas acorda sem rumo, sem prumo, não lembra em qual festa esteve, porque não sabia que o amor era tão grande que precisava estar em dois , para não sufocar um.
Assim, da festa, nada resta! Uma ressaca talvez!
Créditos de imagem e texto - Lígia Beuttenmüller 2010.