quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

SEI LÁ...

SEI LÁ...
Li e reli o texto "Poéticos dias de Sol" no Blog -A beleza está nos olhos de quem vê- que é de uma amiga (LIZA) que reside atualmente na Austrália, e fiz uma reflexão profunda sobre as perdas e ganhos que permeiam a nossa existência. Mas a vida é assim para todos nós, no entanto alguns por serem talvez mal observadores não percebam essa dualidade, nem lastimam o prejuízo. A natureza é quase perfeita quando nos dá o dia, mas nos rouba a noite; chegamos à vida adulta, mas perdemos a infância e a adolescência, mesmo que permaneçamos crianças por dentro. Quando conquistamos a liberdade, deixamos de ser “controlados” por quem em algumas vezes (errôneamente?)quer nos dar a certeza da solidez dos laços afetivos. A morte é a única asneira da natureza, pois fazer uma máquina tão perfeita que identifica cheiros, metaboliza alimentos, vive energeticamente ligada a água, ao sol, ao ar e a terra, tem emoções espetaculares e horrendas, mas se desmantela e se desintegra , acaba, morre , por causa de uma simples topada,
ou uma gripe mal curada, não é justo, nem nunca será!!!
Não é justo que a vida nos permita criar laços com pessoas e coisas e tudo se desate e o que é mais impressionante, sem prévia consulta ou informação.
Sinceramente, se ela, a natureza houvesse me pedido opinião e aceitasse a minha argumentação, (egoisticamente, penso) seríamos todos que já nascemos um renovar biológico sem fechamento do ciclo vital.
Que campeonato é esse que ninguém sabe aonde e como vai ser o jogo que vai decidir a permanência ou a expulsão? Pô não dá para ficar empate? Ninguém nasce ninguém morre. Partir pra quê? Aqui é o meu lugar, e não quero jamais trocar esse mundinho/ mundão, - cruel às vezes- por nenhum manjar que eu não conheça a receita. As delícias do porvir me encantam, mas não me seduzem.
Eu quero estar aqui, de verdade, comendo Peru da Sadia ou de outra qualquer marca, não só no Natal, mas quando a lembrança dele me salivar a boca.
P.S. Será que lá tem Peru assado, ou só tem forno no Inferno?

Créditos Texto e imagem : Lígia Beuttenmüller
Direitos Autorais Reservados

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Lígia,

Sei lá... De repente poso concordar com você, morrer para que? Mas por outro lado, a pergunta que não quer calar: Viver eternamente para que? Questiono-me muito a respeito da vida. Viver é tão complicado, cansativo, difícil, nossas perdas são sempre maiores que os nossos ganhos e peru ta longe de ser meu prato preferido. Sei lá... Deixa pra lá!
Independentemente deste meu questionamento, seu texto esta excelente. Gosto, mesmo, da maneira como você expõe suas idéias, pensamentos e devaneios. Você é brilhante.
Andei lendo em outros comentários do seu blog, que ‘vem por ai’ um livro seu. Aguardo com ansiedade. Terá lugar cativo em minha cabeceira.
Admiro-lhe muito. Parabéns.
Anônimo legitimo.

nizonete disse...

Ligia, vc de fato foi fantastica mais uma vez.O pior e que ninguem responde essas questoes - Morrer por que? Viver eternamente -Seria bom mesmo? Claro que sim , se nao ficassemos impotentes fisico-mentalmente . Mas, e aonde caberia esse 'RECA DE GENTE"? AINDA ACHO QUE DEUS SABE O QUE FAZ.SORRY.