Ela chegou, surgiu do infinito, com um sorriso no canto da boca, uma menina, que quer rock, mas está aprendendo a ouvir “Quereres”; “A cúmplice” Suave é a noite”; “Contigo aprendi” ; “Hino ao amor”. Canções de um tempo tão antigo como o som repercutido na frase de Adão para Eva: Tu me amas? Claro que sim. Ela não se importa se o azul do céu de uma encosta qualquer, irá escurecer, pois acredita que um arco-iris estará lá, para demarcar o tesouro encontrado.
Quer embriagar-se não só de vinho, mas, do néctar das flores, que ilumina as manhãs nos jardins cultivados. Não se incomoda com o barulho suave da brisa, nem do vento que ruge nos temporais, pois qualquer som, denota vida, e isso é essencial.
Até zoada de trovão é considerada presença, e sem medo, não se esconde debaixo da cama, apesar da tenra idade, percebe que é apenas uma voz mais grave , mansamente audível para quem está só, mas não se sente só.
Sabe, que é essa a forma que a natureza encontrou para anunciar, que um raio está por vir , pois a turbulência, encarna a própria vida, musicada no ritmo da vontade de extravasar a saudade incontida.
Ri sem saber do quê, gargalha para externar a alegria que estava resguardada . Quer fazer/dizer bobagens, sorrir do próprio sorriso embasbacado de surpresa e lassidão, aquele que provoca uma sinergia boba, complacente, com quem não tem juízo, nem quer saber do que ele se alimenta, sente amorosamente que certamente não é das sobras da mesa, mas sim, da primeira colheita, daquele ano, daquele mes, daquele dia , daquela hora.
Não tem intenção de criar juizo, quer apenas ser cúmplice do raio que antecede a chuva, e para isso é necessário rasgar o céu e se encravar na terra.
Sente que o mundo continua girando e lhe entontecendo numa embriaguez sóbria, que agradece à vida pela própria vida, por ter se dado e recebido tanto!
Não cabe em si de contentamento, por estar “contente”, na descoberta de tanta paz, aquela que entra no peito e descansa no colo, que faz cafuné no umbral do coração, pede licença não só para entrar, mas, para permanecer, nem que seja por segundos, ou quem sabe para a vida inteira ou para o que sobrar viver!
Texto Lígia Beuttenmüller
Imagem: Google Imagem
Ri sem saber do quê, gargalha para externar a alegria que estava resguardada . Quer fazer/dizer bobagens, sorrir do próprio sorriso embasbacado de surpresa e lassidão, aquele que provoca uma sinergia boba, complacente, com quem não tem juízo, nem quer saber do que ele se alimenta, sente amorosamente que certamente não é das sobras da mesa, mas sim, da primeira colheita, daquele ano, daquele mes, daquele dia , daquela hora.
Não tem intenção de criar juizo, quer apenas ser cúmplice do raio que antecede a chuva, e para isso é necessário rasgar o céu e se encravar na terra.
Sente que o mundo continua girando e lhe entontecendo numa embriaguez sóbria, que agradece à vida pela própria vida, por ter se dado e recebido tanto!
Não cabe em si de contentamento, por estar “contente”, na descoberta de tanta paz, aquela que entra no peito e descansa no colo, que faz cafuné no umbral do coração, pede licença não só para entrar, mas, para permanecer, nem que seja por segundos, ou quem sabe para a vida inteira ou para o que sobrar viver!
Texto Lígia Beuttenmüller
Imagem: Google Imagem