Acabamos de perder a taça, os ribeirinhos de Alagoas, a geladeira comprada em 24 prestações, e Eliza Samudio, a vida. Perdas materiais e morais, que se entrelaçam às perdas de valores.
No caso da taça, em que parte do caminho foi deixada para trás a vontade guerreira de vencer? Que surto psicótico-coletivo atrapalhou as jogadas mirabolantes dos jogadores brasileiros? Afinal, como um simples gol destrambelha toda uma equipe, incluindo o Dunga Zangado? O “já ganhou” ficou apenas no “bicho” que encherá o bolso dos participantes com ou sem vitória.
Os alagoanos coitados perderam a geladeira para as enchentes, por causa da falta de consciência moral dos políticos que fazem da seca e da cheia um trampolim para as urnas.
E a Eliza perdeu a vida porque buscava identificar o pai do seu filho e naturalmente receber o que lhe cabia por direito na justiça.
Tenho lido as últimas edições da Revista VEJA, e lamento a quantidade de páginas dedicadas aos violentos tais como Robinho- Porque eles nunca crescem? (edição 2098/fev.2009) Vera Lúcia- A confissão da Bruxa (edição 2166/mai.2010), e Bruno – Traição, Orgias e Horror (edição 2172/jul.2010), com os rostos estampados na capa , como se isso os envergonhassem, muito pelo contrário, dão notoriedade a esses infames, que vão do estupro, a violência contra crianças, a morte coletiva, e ao assassinato.
Vejo na Veja, uma inversão de valores da mídia escrita. Talvez colocar as vítimas em primeiro plano chocasse mais a população, e fizesse com que a morte, a dor e o sofrimento causasse a mobilização nacional para a reforma legislativa, cujas leis “caducas” não se adéquam à punição de crimes bárbaros a que estamos expostos como vítimas ou espectadores indolentes.
O legislativo deve encontrar soluções metajurídicas para o problema da criminalidade, pois o Direito é apenas um subsistema da sociedade global, que a cada dia enfrenta a impunidade e à criminalidade endêmica que assola o país.
O legislativo deve encontrar soluções metajurídicas para o problema da criminalidade, pois o Direito é apenas um subsistema da sociedade global, que a cada dia enfrenta a impunidade e à criminalidade endêmica que assola o país.
CRÉDITOS
Texto: Lígia Beuttenmüller
Imagens: Google Imagens
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