O mundo é redondo e gira, já dizia Galileu, então as reviravoltas da vida, nesse giro nos tiram às vezes, o chão e o ar. Arremessam-nos a ruas, estradas , lagos, rios , e mar. Talvez, não nos levem, a gente é quem insiste em se lançar. E copiando o universo, circulamos, sempre à expectativa, especulando, espreitando os entornos , procurando brechas , acreditando que não haverá rachaduras no luto, aí vamos indo e voltando como rosas ao vento ou rodas vivas. Os projetos já aceitos e peneirados nas licitações emocionais transformam-se em esperanças concluídas. Dessa maneira acreditamos que antes da Copa de 2014, estejamos comemorando outras vitórias, daquelas que não precisam de estádios nem público, num cantinho, com seis faces, sem contar as nossas, é claro. Talvez sejam apenas planos tão planos que não requeiram nenhum esforço para subir a colina e constatar o que um visionário teria a certeza de ter visto, pois percebeu, oniricamente, que não há necessidade de voar. Vivo sem pressa, a vida vai do jeito que vai, e eu sigo tranquila.
Texto e Imagem : Lígia Beuttenmüller