Era domingo. Ele estava com os pseudo-neurônios rodopiando na cartilha onde morava , foi pensando em tanta coisa ao mesmo tempo que fez imensas paradas , analisando os sinais dos "porém’s" que iam surgindo em seus pensamentos.
Ia se surpreendendo e descobrindo como eles enobrecem a escrita. Passou a observar a funcionalidade deles nos textos e vê-los como vestimenta e adornos das letras escritas quando o sinal sobe para ¨apostrofar¨, e principalmente se esse mesmo sinal se junta para envolver de mistério a palavra nas aspas.
começou a fazer uma análise maluca sobre eles e foi se apaixonando pelas reticências, pelas exclamações e todos os outros, inclusive por si próprio.
Começou então sua análise pelos pontos finais, e conceituando que eles são representantes do término da busca, ou o início de novas partidas, ou ainda simbolizando os encontros quando se sobrepõem (:) , na chegada a alguma conclusão ou nas despedidas ao nunca mais.
Notou que cada vez que uma reticência aparece, parece que a gente está querendo mais fôlego para retroceder e voltar para onde nos perdemos, correr ou parar para pensar , ou ainda para permanecer remoendo esperanças.
Contemporizou... as vírgulas, são pontos com rabinho ou são rabinhos com cabeça? Elas servem para dar compasso ao ritmo textual, são amigas do ar pausado e quando se junta ao ponto se enche de justificativas. E quem não fica satisfeito em saber que as vírgulas, condicionam a parada para o entendimento de uma explicação?
Daí pensou na interrogação e... Acho que ela surgiu da exclamação, que de tanto perguntar foi se contorcendo, se inclinando... Para ouvir num intimismo as respostas, quase dando uma volta em si mesma, e como numa semi- introspecção apoiou- se num ponto para não perder a sua referência nem seu equilíbrio. Elas não se importam com as respostas recebidas se positivas ou negativas, e mesmo que sejam um sim, não se voltam para cima, não se desentortam , permanecem na dúvida (serão sábias ?).Lembrou-se então dela na grafia espanhola, elas se sentem tão sozinhas que uma fica de cabeça para baixo e a outra para cima olhando-se vesgamente, como se quisessem aprisionar a sonoridade da pergunta e se impor às respostas para não serem esquecidas.
Ele empurrou as idéias para outra página, ficou indeciso se pensava num “tom” grave, ou agudo, mas preferiu um hífem para causar um compasso da espera. Pegou um “chapéu” (^) convidou amorosamente o Ç e foi para a casa do til (~), sem tremër.
Ele, ele era apenas um Ponto( .) que brincando de escrever com uma vírgula ( , ) formavam um ( ; ).
P.S. Assim, os “pontos” representam nossas emoções na leitura que fazemos do mundo !
TEXTO E IMAGEM : Lígia Beuttenmüller
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3 comentários:
É incrível a capacidade de mudar...fazer e refazer sabia? Nem parece o mesmo...aliás nem é o mesmo de certa forma....rsrs...ei! são muitos os sinais...(^)...(~)...(:)...(,)...(.)...mas prefiro o “ponto e vírgula” juntinhos...rsrs...parabéns mais uma vez...outra vez...e novamente parabéns...bjs!(.,) a tela dispensa comentário né???
Oi, minha querida
A proposito... a minha vida eh sempre cheia de reticencias...
Um beijo enorme
Oi minha linda....felizmente ou infelizmente, precisamos desses sinais para que possamos "respirar" melhor durante nossa caminhada....E vc sabe q gosto (muito) de uma reticência....rsss...bjs....como sempre.....lindo!
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