quinta-feira, 24 de novembro de 2011

REENCONTRO







Liberto as palavras para desembaraçar os nós que prendem o cotidiano. Digo, por escrito, a arte de viver sem intimidar a ingenuidade da solidão. Invento gestos de abrigo e despedida. Abraço o sorriso, afago o dorso e o rosto. Passeio sem direção querendo tocar a vida como se pudesse abstrair do concreto, o inatingível - a presença do traço ausente. O tempo vai indo para trás levando com ele as saudades, que hoje, naturalmente, viram lembranças, sem alterar rotas nem rotinas.
Quase não percebi que tinhas ido embora para longe. Por muito tempo.
Embora eu saiba que não és a primeira escolha quando a angústia bater à minha porta, teremos de nos encontrar outra vez , no meio do caminho.
Sentirei prazer nessa viagem que nos trouxe para casa, pois as palavras não morrerão em meus lábios.

CRÉDITO: Imagem e Texto

LÍGIA BEUTTENMÜLLER

Um comentário:

OLGA disse...

Amada Lígia;
Dizem os velhos sábios...que o escritor nunca conhecerá a solidão, porém, tenho que revidá-los:TODO o escritor(a), não só descreve a solidão e o amor de outros, como também, estampa na expressão de cada verso a sua mais profunda solidão. ESCREVER É UMA ARTE SOLITÁRIA, ONDE A AUSÊNCIA DO OUTRO, FAZ A VERDADEIRA DIFERENÇA.
PORÉM,TEM ALGO BOM DIANTE DA LIBERTAÇÃO DAS PALAVRAS: POR MECANISMOS AUTO-CRIADOS, NOS CAMUFLAMOS PARA NÃO SOFRER....E ÁS VEZES, PERDEMOS A ROTA CERTA PARA DESFRUTAR OUTROS ATALHOS COM NOVOS AMORES.

OLGA PEREIRA
PELOTAS-RS