quarta-feira, 13 de outubro de 2010

DÊ ESPAÇO AO TEMPO

"Assim, no entanto, você pôde viver esse amor do único jeito que era possível, perdendo antes que ele acontecesse." Marguerite Duras









Não importa quanto tempo durou
para o abraço curto alongar os braços
e enfatizar a viagem em torno do nada.
Por trás da película inerte,
Conseguiu ver-se, como se estivesse
frente a um translúcido espelho
pôde então, encarar as múltiplas faces
que gritavam surdamente a tempos.
A incredulidade que teimava com a fé
diante do espetáculo circense, desiste.
Senta-se, e acomoda-se diante
da mesa posta
Faminta devora
Cada pedaço do não
Arfa de barriga cheia
Vomita os doces da ceia farta
Mistura os cheiros de engenho e maresia
recupera o olfato e o fôlego
para pressentir a dor e o odor de silêncio e morte.
Cruza mares e oceanos
e viaja sem asas, aporta enfim,
Em si.


CRÉDITOS DE IMAGEM E TEXTO
Lígia Beuttenmüller







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