
Estar apaixonado é viver em superfícies planas e abismos, é voar e rastejar, é crer e desconfiar, é buscar espírito e encontrar corpo, é querer juntar grãos de areia para construir castelos e não dispor de terreno.
A paixão tem sabor, tem sim, é uma emoção que traz prazer e dor. O prazer esfumaça, a dor persiste por não encontrar o aconchego dele, do prazer, então faz a gente perder-se sem rumo, sufocar-se no efêmero, pegar carona no que é passageiro.
Ela não consegue permanecer entre o ceu e o inferno. O ceu é muito frio, e o inferno muito quente. Mas que fazer entre temperaturas tão antagônicas?
Ah, se pudéssemos ou soubéssemos transitar nessas plagas, sem morrer de frio ou arder sem se queimar.
Ah, se pudéssemos ou soubéssemos transitar nessas plagas, sem morrer de frio ou arder sem se queimar.
A vida que decidimos , foi escolher o insípido, o deserto , entre lagos, rios e mares, embora saibamos que o oásis é só ilusão, mas precisamos dele para permanecer na busca do que nunca perdemos, porque não reconhecemos o que já havia chegado. Não soubemos administrar as torrentes, por não apostar que haveria sempre a possibilidade do tempo de apaziguamento.
A paixão era ácida, e doce ao mesmo tempo, um doce amargo.
A paixão era ácida, e doce ao mesmo tempo, um doce amargo.
Assim, a distância se encarregou de separar definitivamente o mel e o jiló, restando certa amargura em saber, que a receita da mistura da dor e do prazer não funcionou.
Em tempo, erupções vulcânicas e larvas decorrem da acomodação terrestre, portanto, não são permanentes.
Em tempo, erupções vulcânicas e larvas decorrem da acomodação terrestre, portanto, não são permanentes.
Créditos de texto e imagem
Lígia Beuttenmüller
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