sábado, 13 de fevereiro de 2010

CONFIANÇA SEM FIANÇA


Dialogando sobre a confiança, tive a oportunidade de sentir o quanto essa sensação pode ser suave nas relações. Saí da concretude da junção “com – fiança” que a palavra encerra e experimentei a maneira mais especial de testar esse sentimento. Vi quanto alívio e refrigério traz para a alma a crença sem a rigidez da lógica. Como é importante acreditar no que é somente possível pela crença ingênua, aquela que não traz receio de estarmos enganados ou enganando.
Descobri quanta fé, a confiança exige. Ela quebra o alicerce dos céticos, porque se instala sem procedência investigada, sem fiador, nem avalista. Sentimos leveza e firmeza - sem o peso da culpa e sem forçar verdades - como se incorporássemos a sabedoria de Salomão e esquecessemos, que um dia Judas nasceu e trouxe consigo a semente da traição.
Cremos que não haverá nessa troca - quase de amor- denários para pagar, haverá sim, o tempo, aliado da vida, que será o fiel da balança e certamente valerá a pena ter construído uma relação amistosa com essa abstração.
Se o amor é cego, certamente serve-se dessa bengala, a confiança, para tatear com segurança o caminho cuja trilha desconhece, mas, sabe/sente que se ele, não existir no mapa, foi apenas a possibilidade doce de uma caminhada nas nuvens.

CRÉDITOS DE IMAGEM E TEXTO
Lígia Beuttenmüller

Um comentário:

Anônimo disse...

Quando li o texto sobre Confiança me veio à cabeça o seguinte questionamento: "como exercitá-la essa tal de confiança,sem que tenhamos mais o brilho da estrela que fundamentava o elo existente entre a distância e o direito de acreditar?
Mas, como sempre, lindo o texto.
olga/RS