quarta-feira, 17 de março de 2010

COM PERMISSO


Reascende em mim o amor, a amizade renasce, Logo desperta a dor, repete-se a dolência do curso complicado e duro da existência. (...)" (Goethe)

Pela janela do mundo observava as pistas que mesmo iluminadas fortemente pelas fibras óticas mal davam, para divisar as linhas que separavam o real do virtual, no entanto, parecia ver imagens em movimento como em uma fita de cinema, mas na realidade elas estavam paradas, reproduziam apenas quadros e nessa ambigüidade parecia ouvir sons imagéticos, mas era o silêncio quem ordenava a movimentação metafórica das imagens.
A tristeza tornou-se miúda, e em pedaços penetrava na alma como pingos de chuva ao insistir transpor a vidraça . A cabeça ordenava ao corpo que trancasse no peito o coração, para que ele não caisse nesse abismo. Era melhor afogar-se, no seu próprio sangue que morrer de paixão.
Até onde os poetas podem tocar a alma que foi roubada numa agonia sem rastro nem traços?
Como dividi-la ao meio e mapear geograficamente o que pode ser tocável, ou ela é toda, intocável? Há que se esculpir e adornar o sentimento? Haverá, de alguma forma, maior grandeza no esquecimento ou na lembrança ?
O incerto é magnífico, porque nutre a esperança, que mesmo cheia de contrastes é insubmissa a qualquer coisa, sobretudo, quando os mistérios, assim, como a verdade, só têm explicação quando vividos, e eu me permiti chegar até aqui.


Créditos de Texto e Imagem
Lígia Beuttenmüller

2 comentários:

olga disse...

Minha inesquecível Mestre...
Acho que Goethe, assim como tantos outros mortais, não se permitiu amar e,nem tampouco,teve a ousadia necessária para uma entrega sem precisas conceituações.Por isso,discordo da maneira pessimista com o qual define sentimentos que por si mesmos dispensam duras penas.Devo crer na possibilidade do impossível e jamais tornar cativo um coração, mesmo que, a teimosia da razão, queira dilacerar a fortaleza de meus sentimentos.Acredito que essa receita tão secular possa transformar o virtual em real e o certo no mais doce incerto.. e dessa forma,como numa grande explosão, nos presentear com o direito mais sublime de todos os seres:sentir o amor e descartar a possibilidade de achar grandeza no esquecimento.
Carinhosamente
olga R/S

olga disse...

Minha inesquecível Mestre...
Acho que Goethe, assim como tantos outros mortais, não se permitiu amar e,nem tampouco,teve a ousadia necessária para uma entrega sem precisas conceituações.Por isso,discordo da maneira pessimista com o qual define sentimentos que por si mesmos dispensam duras penas.Devo crer na possibilidade do impossível e jamais tornar cativo um coração, mesmo que, a teimosia da razão, queira dilacerar a fortaleza de meus sentimentos.Acredito que essa receita tão secular possa transformar o virtual em real e o certo no mais doce incerto.. e dessa forma,como numa grande explosão, nos presentear com o direito mais sublime de todos os seres:sentir o amor e descartar a possibilidade de achar grandeza no esquecimento.
Carinhosamente
olga R/S