quarta-feira, 17 de março de 2010

UM DIA SEM TI, A VIDA INTEIRA SEM NÓS






Assim é a despedida, o adeus, a gente sabe que mesmo que nos encontremos, o vento , a brisa não refrescará mais como antes. As idas são o reverso da chegada, e nunca mais , mesmo fazendo retorno não trará o que levou.
Bom seria que, as circunstâncias não quebrassem o elo, que a corrente não sofresse solução de continuidade, que soubéssemos como contornar a montanha sem nos exaurir na tentativa da escalada. Fizéssemos como os rios , que indo em direção ao mar, encontrando pedras , desviam seu curso mas não perdem sua rota, chegam, mais tarde talvez, pelas voltas que tiveram que dar, mas certamente , alimentados pela sede que vai levá-los aos oceanos, não desistem da viagem.
Cada desejo, cada sonho se reveste da certeza que há mistérios insondáveis , tanto quanto há nas galáxias, mas como astronautas ou velejadores, lembraremos que no dia em que dissemos adeus, estávamos querendo, desbravar águas e céus para chegar onde decidimos ir.


Crédito de Imagem e Texto
Lígia Beuttenmüller

2 comentários:

olga disse...

Lígia
Eis o poder encantador dos grandes poetas: cada verso,por si só,traz ao coração de almas mais sensíveis a confirmação de que as palavras não ditas se dispersam entre parágrafos e eufemismos.Não quero, pela brevidade dessa vida tão êfemera, ser apenas um poço a mercê da caridade da chuva...tenho sim a obrigação de desejar ser um pouquinho parecido com os rios, pois somente dessa forma, poderei dizer que passei por essa vida tendo a ousadia não só de contornar todas as montanhas como também, ter percorrido todas as gálaxias que humildemente...o universo pôs diante de minha janela.
Obs: se um dia estiveres triste e achares que esse mundo está carente de pessoas capazes de entender a beleza de seus versos, lembre-se: que aqui no sul...pela imensidade de serras e montanhas..encontrarás uma amiga que aprendeu e pode te auxiliar em todas as escaladas que esse pacato astronauta não teve a ousadia de desbravar.
Olga R/S

Nando Ferrer disse...

Olha eu aqui de novo. Li quase todos, mas esse me tocou a alma.
O "sem nós", me pareceu sem problemas. Fui além?
Um abraço afetuoso
Nando